Seguindo a Lua

Capítulo 25 - Lua Minguante: O que temos em comum

Nick

Simplesmente não dava para competir com o Jack, por mais que eu tentasse, ele conseguia ser melhor que eu em tudo, até mesmo em conquistar a Cecília e isso me motivava a querer ser melhor que ele, mas parecia que todo o esforço era em vão, quando eu pensava que havia chegado perto do desgraçado, ele se sobressaia, torci para que tivesse morrido em sua missão, pensei que só assim eu me veria livre do seu brilhantismo irritante, mas não sou tão sortudo assim, saber que Cecília ainda o amava me frustrava, porque eu a queria literalmente para mim, e mesmo que estejamos namorando eu sinto que ainda ela é fria, não quero apressar as coisas e força-la a realmente se portar como uma namorada, sei que ela precisa do tempo dela e sei que eu também tenho que me esforça para conquistar seu amor.

Talvez Lucy tivesse uma ponta de razão e eu fosse patético, eu nem imaginava que um dia acabaria assim, antes eu era um cara que tinha quem eu quisesse, uma boa aparência e uma lábia ajudavam nisso. Eu não me importava que algumas me vissem só como objeto de prazer, para mim elas também não passavam disso, e o bom delas é que não me enchiam o saco no outro dia, as que não entendiam e cultivava ilusões eram as que mais se prejudicavam no final, porque eu não queria um relacionamento, eu vivi em grande parte evitando amores frustrados, paixões de tirar o sono e apegos indesejáveis, não precisava ter tido uma vivencia naquilo para saber que no final alguém se machucava, e eu não queria ser a pessoa machucada.

Com Cecília era diferente, ela possuía uma beleza rara, talvez esse tenha sido o primeiro atributo de meu interesse, com o passar do tempo eu vi que ela era bem mais que isso, e para minha infelicidade, ela não era acessível a mim, ela não caia nos meus encantos e nem sequer demonstrou algum interesse e eu vi isso como um desafio, ela fez o que nenhuma garota tinha feito antes, e foi assim que me apaixonei, o seu diferencial roubou meu coração.

Mas a situação era pior que eu pensei, ela estava saindo com o Jack, o cara que eu não gostei desde o primeiro dia ali, mas ele fez um ótimo favor a mim, se afastou dela, o que deu a possibilidade de eu me aproximar, e mesmo que eu tenha implorado para que ela me usasse como meio de esquecê-lo, ficar perto dela como namorado era o que eu precisava para a conquista definitiva.

Respeitar o espaço dela foi bem difícil, eu queria muito beijá-la, fazer todas as perversões que eu sempre fazia com as demais, mas ela era diferente, eu queria dar carinho ao mesmo tempo que eu queria sexo, não me culpem, mas ela é irresistível. Eu consegui o primeiro beijo, sinceramente não foi tão bom quanto eu imaginava, sabia que ela estava pensando em outra pessoa, a pessoa com a qual eu dividia a casa, mas eu estava determinado a tirar Jack Cooper do coração da minha namorada.

Lucy

Cecília sempre foi a pedra do meu sapato, desde a infância, apesar de sermos primas distantes, convivíamos juntos, nossas avós gostavam de reunir toda a família em comemorações importantes, nossa família é bem unida e mantém boas relações, tirando minha mãe, que por algum motivo sempre queria competir com a mãe da Cecília e seguir seu padrão de vida, depois que minha prima foi morar nos Estados Unidos, minha mãe infernizou o meu pai para que conseguisse emprego lá também, tudo que minha tia fazia, ela queira fazer igual, e foi assim que saímos do Brasil, com ajuda do meu tio, meu pai conseguiu um emprego por lá.

Mas não bastava minha mãe invejar toda a vida deles, mas queria invejar a filha também, assim me obrigando a ser que nem minha prima, me comparando a ela o tempo todo e assim eu peguei profunda raiva dela, por ela ser boa em tudo, por ela sempre se destacar, e até então a briga que a dona Stella tinha com a dona Laura, acabou sendo transferida para mim e para a Cecília. Eu não sabia o que mais minha mãe queria, meu pai tinha virado empresário, dono do seu próprio negócio e minha mãe por sua vez criou sua grife, o que já se sobressaia bastante sobre o emprego de Laura que era sócia em uma filial de lojas, detendo uma porcentagem razoável dos lucros.