Capítulo 29 - Lua Minguante: Um assassino em nosso meio

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Saber de uma morte não é tão mais difícil de que dar a notícia sobre, naquela noite depois do jantar eu fui até a casa da Lucy, fiquei pensando com quais palavras dizer a ela, não é como se um eufemismo bastasse. Tive que juntar muita coragem, não era todo dia que eu tinha que dar a notícia da morte de alguém, era tão complicado pensar em algo. Bati suavemente na porta, como alguém que chegava de fininho.

- Oi, Cecília. - Jane disse me atendendo.

- Oi, a Lucy se encontra?

- Sim, tá no quarto jogando xadrez.

- Jogando xadrez?! - perguntei surpresa.

- Também não entendi, mas entre. - ela deu espaço.

- Qual o quarto dela?

- Esse segundo. - ela disse apontando.

Bati na porta do quarto, esperei ela dizer algo do tipo "Entre", mas nada disso. Continuei batendo e não obtive nenhuma resposta, foi quando decidi entrar sem autorização.

- Xeque. - Alan anunciou.

- Como isso é possível? - ela perguntou indignada.

- Devia prestar mais atenção na sua defesa.

Lucy moveu seu rei uma casa para a esquerda tentando sair da reta da torre de Alan, mas sem prestar atenção acabou ficando na reta da rainha dele, movendo-a na diagonal ele chegou no xeque mate.

- Isso é complicado. - ela disse.

- Você que é muito desatenta.

- Alôôô? - digo.

- Oi, Cecília. - Alan disse notando minha presença.

- Vocês estavam bem concentrados mesmo.

- Sim, já tem umas cinco partidas que ela tá tentado ganhar.

- Desisto por hoje. - ela diz guardando o tabuleiro.

- Bem, fiquei de ajudar a Jane. Com licença. - Alan disse saindo.

- Preciso falar com você. - digo.

- Se for sermão, dispenso. - ela disse.

- Não é, pediram para eu te dar uma notícia. - digo séria.

- Pela sua cara não é nada boa. - ela olha preocupada.

- Posso sentar?

- A vontade. - ela dá de ombro.

Sentei na cama, ainda tentei pensar mais um pouco em como dizer, Lucy me olhava curiosa. Albert devia ter dado a notícia, afinal de contas ele é mais acostumado que eu.

- A sua avó morreu. - digo sem rodeios.

- QUÊ? MINHA VÓ TÁ MORTA?! - ela me olha desacreditada.

- Infelizmente. - abaixei a cabeça para não ter que encará-la.

- Mas semana mesmo ela me ligou, conversamos e ela estava bem... - Lucy começa chorar.

- Mas foi isso que aconteceu.

- E como você sabe?

- Aqui usam magia para saber dos magos, e quando um morre são os primeiros a saber, Albert pediu para eu te contar.

- Então meus pais não sabem?

- Não, só vai saber quando a polícia achar o corpo, enquanto isso não diga nada a ninguém e quando te contarem finja surpresa.

- Mas como isso é possível, Cecília?! Ela estava tão bem. - ela começou a soluçar.

- Eu sei como se sente...

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