Achei que eu ia morrer, eu quase morri. Não sei descrever tudo que eu senti, mas era como se aos poucos me corpo fosse deixando de funcionar ao mesmo tempo que a febre aumentava e minhas mãos tremiam, antes de desmaiar tudo começou a girar e ficar confuso. Quando acordei Aaragorn estava sentado do lado da minha cama com um semblante preocupado, ele demorou um pouquinho para perceber que eu tinha voltado da metade da passagem para o outro mundo, quando ele percebeu se ajeitou rapidamente.
- Lucy, você está aí? - ele perguntou.
Fiquei feliz de ouvir uma voz familiar assim de imediato, não o som das músicas ruins do meu pai ou o barulho do aquecedor que estava quase quebrado, mas minha mãe insistia que seria um desserviço para o meio-ambiente jogar ele fora e comprar outro.
- Oi. - digo com dificuldade.
Ele soltou um longo suspiro de alívio e tirou cuidadosamente a mecha de cabelo que havia chegado até minha boca, parecia que os movimentos dele eram cuidadosos para eu não desmontar. Não aguentei manter meus olhos abertos e voltei a dormir, senti um toque na minha bochecha que podia ser facilmente um delírio de quem acabou de ser envenenada.
Quando acordei de novo meus pais estavam me cercando, só consegui abrir os olhos antes deles me puxarem com tudo para um abraço apertado e começar a falar um por cima do outro e a maior parte eu não entendi, só algo como "Que bom que você está bem, minha filha" e "Eu te amo muito". Quando eles se acalmaram puxaram o assunto sobre eu ter mentido esse tempo todo enquanto estava enfiada em um mundo mágico brandindo uma espada, corrigi dizendo que eram adagas, mas isso não melhorou a situação. Então contei tudo que que omiti esse tempo todo, desde quando cheguei lá, sobre meus amigos, meus professores, sobre Charlotte a minha Fuchs e as missões que eu tinha feito.
Eles demoraram um tempo para processar a informação mesmo que aparentemente alguém havia contado tudo de antemão, eu não julgo já que se eu soubesse que minha filha estava metida em um mundo perigosos de magia eu não ia saber que parte entender primeiro, a da magia ou a do perigo.
- Você é a cara da sua avó. - ela disse.
- Normalmente as pessoas dizem isso para a Cecília. - constatei.
- Você também é, ambas são muito boas em guarda segredos, você sempre escondeu as coisas de mim e ela também.
- Mas esconder algo de você é fácil. - digo tentando descontrair.
- Eu estava conversando com seu pai, e se sua vó conseguiu fazer esse lance todo de magia e luta, você também consegue, porque você é mais segura de si e confiante do que ela jamais foi. - minha mãe sorriu.
- Vocês não vão surtar? Me proibir? Se bem que vocês não podem me proibir porque seria crime, mas tá mesmo de boa? - perguntei desconfiada.
- Tá sim, minha filha. - meu pai sorriu para mim.
- Já surtamos antes nos ouvidos dos seus amigos. Conversei com a sua tia antes e ela disse que se Marcela e Kaylane foram Escolhidas por um motivo especial, vocês também foram e não cabe a nós impedir isso.
- Obrigada por confiar em mim. - abraço eles.
- Mas de agora em diante nos conte tudo, não quero ficar aflita se você sumir do radar e eu não saber se algo de ruim aconteceu.
- Nada de ruim vai acontecer comigo. - abraço eles mais forte.
- Vamos torcer por você.
- Obrigada. - me desfaço rapidamente do abraço quando lembro de algo importante. - A tia pediu o divórcio?
- Ela ficou muito brava com o Rodrigo por ter vivido uma vida dupla, mas no fim ela entendeu a importância de tudo isso. Mas confesso que ela ficou chateada por não existir uma empresa, ela achou que ia deixar um grande patrimônio para a filha.
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Seguindo a Lua
FantasiaCecília Arsen uma garota, sonhadora, determinada com desejo de aventura, diferente de várias civilizações que acreditavam que o destino estava nas estrelas, ela acreditava que o seu estava na lua. Sua aventura começa quando se torna uma Escolhida e...