Eu não sabia mais o que a Cecília pensava de mim, eu tinha sido tão idiota, mas pior que isso era não poder explicar tudo que aconteceu.
Na manhã seguinte eu senti algo que a alguns anos atrás começou a ser bem comum pra mim, o famoso sentimento de algo ruim que vai acontecer, minha intuição nunca me enganava.
No café da manhã eu desejei muito falar com ela, mas ela estava muito aborrecida, provavelmente ainda estava com raiva, infelizmente eu a entendia.
Quando já estavam todos treinando com seus animais, Albert se aproximou de mim, colocando sua mão no meu ombro.
- A diretora quer te ver. - ele disse com um tom sério na voz.
Apenas assenti com a cabeça e o segui até a sala dela. A sala era grande, cheia de livros, confortável, com um visual mais rústico que o normal de se ver ali, havia fotos dela e de algumas pessoas que eu não conhecia, mas não deu para ficar olhando tudo atenciosamente.
Ela estava olhando e analisando alguns papéis, Margareth a esposa de Albert, estava sentada no canto da sala. Depois de alguns segundos que eu entrei ela me olhou com seus olhos cinzento, em seguida ela deixou os papéis de lado e se levantou numa postura firme e veio em minha direção. Ela era elegante, ficava um pouco mais alta que eu com o salto que ela calçava, possuía cabelos louros, tinha uma pele extremamente pálida e dava para ver marcas de olheiras em baixo dos seus olhos. Com certeza ela não dormia direito a pelo menos uns três dias.
- Finalmente posso falar com você, muito prazer em conhecê-lo, Jack Cooper. - ela parou na minha frente e estendeu a mão.
- O prazer é meu, senhora...? - eu me dei conta de que nenhum de nós sabia seu nome.
- Pode me chamar de Eloísa. - ela sorriu amigável e apertou minha mão de uma forma suave.
- Ok, Eloísa.
- Sente-se aqui. - ela apontou para a cadeira que estava em frente a sua mesa enquanto voltava para seu lugar.
Assenti e meio nervoso fui me sentar na cadeira de madeira, e esperei enquanto ela terminava de se ajeitar para me dizer alguma coisa.
- Vamos lá, já sabe sobre o incidente com um monstro em Caer, não é? - ela perguntou.
- É o que todos tem falado ultimamente nas refeições. - respondi.
- Você sabe também que não devia ter monstros aqui?
- Sei, monstros ficam preso na dimensão mágica de Monstres, então como tem um aqui?
- Temos que voltar a origem disso, todos sabemos que o grande mago criou várias coisas inclusive os pingentes, mas Monstres foi uma das suas maiores criações, uma dimensão de difícil acesso onde ele pode aprisionar vários monstros, alguns monstros até lendários, mas a questão é que são muitas poucas pessoas que tem acesso a dimensão, e agora um deles está solto, desde que foi criada séculos atrás nenhum monstro jamais saiu.
- Essa situação é preocupante, mas o que será feito? - perguntei.
- Os grandes magos se reuniram uma vez numa tentativa falha de conter esse monstro, chamamos ele de Fury...
- Espera, Fury? Aquele mesmo monstro que destruiu quase por inteira Wachstum?!
- Ele mesmo. - ela suspirou.
- Mas o que aconteceu?
- Nessa tentativa desesperada um dos magos morreu. - ela abaixou a cabeça de forma triste.
- Não tem como deter ele?
- Sabe a lenda de que o mago renegado derrotou a séculos atrás o dragão Fury?
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Seguindo a Lua
FantasyCecília Arsen uma garota, sonhadora, determinada com desejo de aventura, diferente de várias civilizações que acreditavam que o destino estava nas estrelas, ela acreditava que o seu estava na lua. Sua aventura começa quando se torna uma Escolhida e...