Medo e insegurança

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Termino de ler o relatório de investigação e entrego para o novo policial que substituiu o Matthew.
Encosto as costas na cadeira da minha sala e me permito relaxar um pouco. Os dias se passaram rápido, o réveillon terminou e eu voltei ao trabalho. Essa semana em que eu estive em casa foram maravilhosas para mim. Eu pude descansar da rotina exaustiva do meu emprego e passei a maioria dos dias com ela; a Zoe. E eu confesso que me senti muito tentado à contar-lhe, mas sempre que eu sentia essa vontade, eu me lembrava das suas palavras no parque.

Eu iria dizer a verdade à ela. Iria confessar que estou completamente apaixonado por ela, mas além do vendedor de flores ter nos impedido, as suas palavras seguintes também me desmotivaram.
Nós somos apenas amigos.
E talvez para ela sejamos somente amigos. Provavelmente ela me vê como um amigo, um confidente. Ou talvez até mesmo como um irmão mais velho. E esses pensamentos faziam o meu coração se desmanchar, porquê eu gostava demais dela para sermos apenas amigos. Eu sei que existe uma diferença de quase dez anos entre nós, mas isso não importa mais pra mim. Ela é adulta, apesar de parecer uma menina.

_Delegado, o senhor tem visita. - O policial me informa

_Visita? - Assente - E quem é?

_Ela não quis se identificar.

Será que é a Zoe?

_Mande ela entrar.

Passo a mão nos cabelos e lembro-me que preciso cortá-los, mas eu não tenho tempo. A porta se abre e para a minha decepção é a Marina.

_Olá querido! - Reviro os olhos - Você já foi mais gentil e cordial.

_O que está fazendo aqui?

_Eu vim te dar uma segunda chance.

A convicção em suas palavras quase me fizeram dar gargalhadas. Ela realmente acreditava que poderíamos voltar.

_Eu acho que eu não ouvi direito.

_Eu estou disposta a te perdoar e te dar uma segunda chance. Estávamos exaltados aquele dia e falamos coisas sem pensar.

_É muita presunção da sua parte acreditar que eu quero voltar com você.

_Nós temos uma história juntos, Josh.

_E essa história acabou. Eu não estou disposto a colocar uma vírgula, apenas um ponto final.

_Você não pode estar falando sério. Eu vim até esse lugar para tentar me reconciliar e você me despreza.

_Em quatro anos juntos, você nunca colocou os pés nessa delegacia. Você menospreza o meu trabalho e o acha pouco demais. Então não pense que eu vou acreditar nas suas palavras.

_Eu estava com raiva. Aquela garota destruiu o meu vestido e você ficou do lado dela.

_Porque é o certo. Você não deveria ter dito o que disse e muito menos tê-la agredido.

_Você quer que eu me desculpe com ela? - Arqueei a sobrancelha - Se eu fizer isso, você vai voltar comigo?

_Não. Eu não tenho essa pretensão, Marina.

_O que aconteceu com você? - Se aproxima - Você está irredutível.

_Eu apenas abri os meus olhos em relação à você.

_Não... - Encosta na mesa - Tem mulher no meio. Eu tenho certeza disso.

_Pense o que você quiser. Mas me deixe em paz.

_Eu me dediquei à você por anos, eu te amo e é assim que você me retribui?!

_Nós terminamos, Marina. E mesmo que eu estivesse me relacionando com outra, isso não te interessa.

Sublime AmorOnde histórias criam vida. Descubra agora