Sublime Amor

Refúgio do amor

Entro em meu quarto e me deito em minha cama, com os pensamentos longe. Mais precisamente em uma mulher que não sai da minha cabeça desde que esbarrou em mim. Pego o meu celular e aguardo ansiosamente alguma mensagem, mas infelizmente nada. O almoço é servido e para a minha felicidade, o meu irmão, meu sobrinho e a minha cunhada estão presentes. Eu gostava de ter a família reunida e aproveitar os momentos juntos à eles. Desde que o Shawn se casou, nós fazíamos isso com menos frequência mas a faculdade nos trouxe novamente a essa união.

Ficamos conversando sobre nossas vidas e novamente, eu toquei no assunto sobre a Samila. Todos em minha casa estavam cientes de quem ela era, porquê não tínhamos segredos uns com os outros. E também, eu não conseguiria disfarçar o sorriso que vivia estampado em meu rosto desde que a conheci. Mas aparentemente ela não gostava de mim, porquê sempre tentava se esquivar ou falar da irmã. Como se eu fosse me interessar por ela, algo que estava fora de cogitação.

Terminamos o almoço e eu caminho até o jardim, observando os casais em minha frente. Os meus pais estão juntos há anos e ainda mantém a cumplicidade. O Shawn também encontrou o seu refúgio do amor e ainda é um super pai. Eu também queria muito viver algo semelhante. Um amor de verdade, longe desses relacionamentos superficiais e por interesse. Mas esse é o fardo de ser um Williams. Todos nesse país nos conhecem e sabem quem somos. Com exceção dela, ela não me conhecia e não me tratava como um mauricinho rico. Para a Samila era apenas Paul e é justamente isso que eu quero ser para ela.

_Nenhuma mensagem ainda? - Ouço a voz de Shawn

_Não. - Confiro novamente no celular

_Eu disse que era uma má ideia dar o seu número para a irmã dela.

_Eu não tive outra opção. Eu não a encontrei em lugar nenhum na faculdade.

_Poderia ter esperado até amanhã.

_Eu sei. - Digo entristecido - Mas a minha ânsia pela sua presença é sufocante. Eu não sei se conseguiria esperar mais um dia.

_Eu sei que está apaixonado, Paul. Mas você precisa agir com prudência.

_Por que diz isso?

_Você a convidou para sair hoje, certo?

_Sim, às sete horas da noite.

_E se ela não for?

_Significa que ela não tem interesse em mim.

_Você ainda é jovem, irmão. Tem apenas vinte anos e ainda não sabe muito sobre a vida e mulheres.

_O que quer dizer com isso?

_Primeiramente, em hipótese alguma dê o seu número ou recados á terceiros.

_Era a irmã dela.

_Justamente. A Lilian Evans, caso não tenha percebido está muito interessada em você.

_Mas eu não.

_Mas ela é inteligente, Paul. E eu poderia afirmar que ela sequer gosta da Samila e faria qualquer coisa para prejudicá-la.

_O que você sugere que eu faça?

_Vá ao encontro hoje a noite. Se a Lilian disser que a Samila não pôde ir, você saberá se eu estou certo ou não.

_Eu tenho até medo de descobrir essa resposta.

_Então da próxima vez, fale diretamente com ela.

_Como? - Pergunto desorientado - Eu a vejo poucas vezes. Você é um sortudo por estudar na mesma sala que ela.

_São só algumas aulas. E ainda bem, porquê ninguém nunca quer fazer os trabalhos com ela.

_Idiotas preconceituosos.