Sublime Amor

A próxima vítima

Eu caminho sem rumo, até um lugar distante. Eu queria ficar longe de tudo e de todos. Queria ficar apenas eu e os meus pensamentos. Eu estava me sentindo cansada, estava no limite da exaustão. A minha mente não estava funcionando corretamente, algumas lembranças do meu passado estavam se sobressaindo e misturadas com o meu presente. Trazendo bastante conflitos internos em mim. Eu havia duvidado do Josh. E estava me sentindo muito culpada por isso. Mas acima de tudo, eu não estava me reconhecendo. Eu estava agindo igual aos que me fizeram tanto mal.

E eu disse que nunca queria ser como eles...
E infelizmente estava exatamente igual.
A Marina, muitas das vezes me humilhou e disse coisas dolorosas para mim, mas isso não me dá o direito de me vingar. Eu não me senti bem retribuindo o mal com o mal. E por mais que ela mereça, isso não era o certo a se fazer. Eu posso ser uma boba por pensar assim, mas eu não queria sentir essa sensação de angústia. Eu não queria ser como elas.
E para piorar, eu ainda discuti com o Paul.
Mas eu estava esgotada, guardando tudo aquilo para mim. Às vezes realmente parecia que ele não se importa com a minha felicidade e sim com o seu império.

Talvez eu esteja sendo extremista, mas tudo o que eu queria era amor. Desde que ele descobriu a verdade, ele demonstra que realmente gosta de mim. Mas infelizmente está sempre falando de si mesmo. Do seu patrimônio e de como está feliz por ter me encontrado.
A sua herdeira!
Ela não me via totalmente como uma filha, e isso dói tanto. Porque naqueles dias tenebrosos, a única coisa que eu queria era um pai. Eu queria que alguém me salvasse daquele inferno e me levasse embora.
Mas nunca aconteceu...
E neste momento, eu preciso ficar sozinha. Eu não o odeio, mas quero que ele compreenda a minha dor.

As ruas estão vazias, o que deveria ser um milagre. Me sento no banco da praça e encosto a cabeça. Um vento frio passa por mim, fazendo-me arrepiar instantaneamente. Algumas folhas secas caem de uma árvore. Sinto uma presença se aproximar e levanto a cabeça, vendo que era a Marina. Ela estava com uma expressão de tristeza em seu rosto, enquanto os seus olhos estavam inchados de possíveis lágrimas.

_Eu sei que provavelmente a última pessoa que você gostaria de ver neste momento sou eu. Mas eu precisava conversar com você.

_Nós não temos nada para conversar.

_Eu sei que eu sempre agi muito mal com você. E você tem razões para me odiar.

_Eu não odeio você, Marina.

_Como não? - Tenta se aproximar - Eu te disse tantas coisas cruéis.

_E você continuaria dizendo, se não soubesse a minha verdadeira identidade. - Me levanto - Por favor, você não precisa fingir que está arrependida.

_O senhor Williams me demitiu.

Então ele realmente cumpriu a sua palavra!

_Eu preciso muito daquele emprego.

_Eu não posso fazer nada por você.

_Por favor... - Implora - Eu sei que com a influência da família Williams, eu jamais conseguiria outro emprego.

_Eu acho que você está exagerando.

_Você saberá que eu não estou.

Penso seriamente em suas palavras e suspiro profundamente. A Marina não merecia a minha compaixão, mas eu não queria estragar a sua vida.

_Eu sei que apesar das coisas ruins que aconteceram com você, você é muito boa. - Diz - Do contrário, o Josh não a amaria.

_Você não precisa tentar me bajular.

_Eu só queria conseguir convencê-la. Eu sei que eu não mereço, mas eu peço que seja razoável comigo.

_Eu vou pensar...