Sublime Amor

Sem saída

Estaciono o carro e encosto as costas no banco, tirando o cinto em seguida. Eu estava chegando de mais um dia cansativo no trabalho. Entro em minha casa e ouço o barulho do chuveiro, provavelmente a Zoe estava se arrumando para ir à casa do Paul. Nesses dias, eles têm se aproximado consideravelmente, mas ela ainda não sabia a verdade. Ele estava conquistando o seu carinho diariamente. Eu amava vê-la feliz com a família, ela sempre chegava sorrindo e estava indo muito bem no psicólogo. Os pesadelos haviam cessado um pouco e ela demonstrava estar muito melhor. É claro que eu estava feliz de vê-la se aproximar da família e ser amada, mas sempre que ela ia para a casa deles, era como se fosse a última vez.

Eu sentia que ela iria ficar e nunca mais voltar. Eu temia que a sua aproximação com eles, viesse a nos afastar. É óbvio que o Paul estava certo em querer tê-la por perto, ele perdeu dezoito anos de sua vida e eu o compreendo. Mas nada conseguia fazer o meu coração se aquietar ao vê-la sair por aquela porta. O Paul ainda não havia dito nada à respeito, mas eu sabia do seu desejo. É claro que eu não impediria a Zoe de ir, se ela quisesse. Ela tem todo o direito de receber tudo o que nunca teve. A única coisa que eu torcia é para que fiquemos juntos, porquê eu a amo muito. E jamais conseguiria ficar sem a minha flor mais linda do jardim.

Ouço a campainha tocar e abro a porta, me deparando com o Paul. Ele me cumprimenta e eu peço para que ele entre e fique à vontade.

_Eu irei levar a Zoe à joalheria hoje. Então talvez eu demore um pouco mais.

_Sem problemas. Mas porque irá levá-la à joalheria?

_Eu quero que ela conheça tudo o que é dela.

_E quando você pretende contá-la a verdade?

_Eu pretendo contar em breve. Eu quero conquistá-la antes.

_Você tem feito um ótimo trabalho. Ela sempre demonstra que gosta muito de você.

_Você acha?

_Sim. A Zoe se apega muito rápido as pessoas. Principalmente quando a tratam bem.

_Agora eu compreendo o fato dela estar tão apaixonada por você.

_Eu espero que o nosso relacionamento não seja um empecilho para você.

_Por que seria?

_Talvez as minhas condições financeiras não sejam agradáveis.

_Eu nunca impediria a minha filha de ficar com você. A menos que você a machuque profundamente.

_Eu jamais faria isso.

_Eu sei. Você é um bom rapaz, Josh. Eu sou imensamente grato por você tê-la protegido e estar cuidando dela.

_Eu a amo. E seria capaz de fazer qualquer coisa para o bem da própria.

_Qualquer coisa? - Assinto - Até mesmo abrir mão?

_Se fosse necessário, eu abriria.

_Josh, você sabe que a minha filha precisa da família...

_Eu mais do que ninguém sei disso. Ela demonstra querer estar cercada de afeto familiar. Todas as vezes que volta da sua casa, ela está sorridente. Além de não ter mais tantos pesadelos a noite. Eu sei que vocês e juntamente as terapias tem feito muito bem à ela.

_E é tudo que eu mais quero. Depois de ouvir as crueldades que faziam com ela e ver as cicatrizes, eu me sinto até culpado por tamanho sofrimento.

_A culpa não é sua.

_Eu deveria ter investigado mais. Ter insistido e não me afundar no luto. - Diz - Mas agora com essas informações, eu posso tentar me redimir com ela.