18. Partida Para Dragonstone

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Capítulo 18

Partida Para Dragonstone

Visenya havia passado a noite em claro, deitada na escuridão do seu quarto, com o olhar fixo no teto sombrio. A penumbra envolvia cada canto da imensa câmara, enquanto cortinas pesadas balançavam com a brisa noturna, sussurrando segredos ao ouvido da princesa. Em seu peito pesava uma imensa decepção e raiva, provocadas pelo comportamento de seu irmão, Viserys. Dentre todas as coisas que ele já havia feito, permitir que o assassino de seu marido integrasse a Guarda Real foi a que mais lhe feriu. Para Visenya, era como se ele tivesse cuspido em sua dor e na memória de seu marido, desrespeitando os sentimentos dela com uma frieza avassaladora.

A Targaryen encontrava-se profundamente desapontada. Os últimos acontecimentos deixavam claro que, para seu irmão, seus pensamentos e sentimentos não tinham qualquer relevância. Enquanto ele construía uma bela família e um reino sólido, ela se via consumida pela amargura de uma perda irreparável e pela traição.

Depois de passar a noite em claro refeletindo ela decidiu partir para Dragonstone, longe do irmão. Ao primeiro sinal do nascer do sol, a luz suave da aurora filtrava-se pelas janelas altas, banhando o quarto em um brilho dourado e tênue. Visenya, com um semblante decidido, enviou um de seus guardas mais confiáveis para solicitar a presença de seus filhos em seus aposentos.

Pouco tempo depois, os passos apressados das crianças ecoavam pelo corredor. Baelon, o mais velho, tinha os ombros tensos, sabendo que algo sério estava para ser dito. Maelon, um pouco mais baixo que Baelon, tinha uma expressão de curiosidade e preocupação. Já Maerys, a caçula, vinha com os olhos grandes e atentos, segurando a mão do irmão do meio.

Quando entraram no quarto, o ambiente pesava com um ar de tristeza e decisão. Visenya estava sentada à beira de sua cama majestosa, um misto de cansaço e suavidade em seu rosto. Vestia um robe de veludo azul-escuro, bordado com fios prateados, que contrastava com seu cabelo prateado que caía em ondas soltas sobre seus ombros.

—— Venham, meus queridos. —— pediu Visenya, com a voz cansada, mas gentil. Seus olhos se suavizaram ao ver os filhos.

—— Mãe, o que aconteceu? Por que você nos chamou assim tão cedo? —— perguntou Baelon, com preocupação —— Você está bem?

Visenya levantou o olhar para o filho mais velho, sentindo o peso de sua decisão.

—— Vamos partir para Dragonstone. Não podemos mais permanecer aqui. —— respondeu ela sua voz era firme, mas tingida de uma tristeza que ela não conseguia esconder.

Maelon franziu o cenho, a preocupação evidente em seus olhos.

—— Mas, mãe, por que? O que aconteceu? —— indagou o garoto.

Visenya hesitou por um momento, os olhos percorrendo os rostos de seus filhos. Como poderia explicar a complexidade de seus sentimentos a eles? No entanto, sabia que precisava ser honesta.

—— Seu tio tomou uma decisão que me feriu profundamente. Ele permitiu que o homem responsável pela morte de seu pai se juntasse à Guarda Real. Para ele, parece que meus sentimentos e minha dor não têm importância. —— contou ela sem esconder o desgosto em seu rosto.

—— Mas por que o tio faria isso, mamãe? —— perguntou Maerys com uma expressão triste.

Visenya se inclinou e tomou a pequena mão de Maerys entre as suas, apertando-a com ternura.

—— Não sei, minha querida. —— respondeu a princesa —— Talvez ele tenha suas próprias razões.

O semblante de Baelon endureceu, refletindo uma mistura de raiva e proteção, ja Maelon, tinha uma expressão de confusão em seu rosto, ainda tentando entender a situação.

The Rise Of The Queen - House Of The Dragons Onde histórias criam vida. Descubra agora