Prólogo
Sob o Brilho da Lua Vermelha: O Nascimento de Visenya Targaryen
Dragonstone 84 d.C.
A manhã em Dragonstone despontava com uma claridade tímida, porém intensa, anunciando não apenas um novo dia, mas o início de uma jornada entrelaçada com dor e coragem. A fortaleza, esculpida em rocha negra e repleta de dragões esculpidos, era uma testemunha silenciosa dos eventos que se desenrolavam em seu interior. O vento salgado do mar batia nas muralhas, como se a própria natureza estivesse em agitação.
Dentro dos aposentos da princesa Alyssa, o ar era pesado com o aroma metálico do sangue e os gritos agonizantes que rasgavam o silêncio das paredes frias. A dor de Alyssa reverberava por cada pedra da fortaleza, criando uma sinfonia angustiante que parecia interminável. O tempo se arrastava de forma cruel, cada minuto um tormento que desafiava os limites da resistência humana.
Quando a noite finalmente envolveu Dragonstone em seu manto escuro, uma lua cheia e vermelha como sangue elevou-se no céu, um presságio de desgraça. A luz rubra banhava a fortaleza com um brilho sinistro, como se os deuses estivessem testemunhando a batalha de Alyssa pela vida.
Alyssa agarrava os lençóis, seus dedos tornando-se brancos pela força. Cada fibra de seu ser lutava contra a dor esmagadora enquanto tentava dar à luz o bebê que parecia preso em seu ventre. O desespero transbordava de seus olhos, refletindo o medo de uma mãe que vê a morte se aproximar.
—— O bebê está virado e não tem como sair. —— o Meistre disse informando o príncipe Baelon.
—— O que isso significa? —— rebateu o Targaryen sem entender.
—— Significa que o bebê não irá sair se não fizermos uma cesária. O senhor precisa fazer uma escolha, meu Príncipe. —— alegou o Meistre.
—— Ela vai sobreviver? —— indagou o príncipe observando de longe sua esposa em cima da cama gemendo de dor.
—— É bem provável que não. —— respondeu o meistre.
—— Enquanto ao bebê? —— questionou Baelon.
—— Como eu disse nós podemos tirá-lo cortando a barriga dela fazendo uma cesária, mas não posso afirmar que ele irá sobreviver. —— o Meistre falou explicando.
—— Não posso fazer isso, a decisão deve ser dela. —— afirmou o príncipe.
Logo após o homem se aproximou da sua amada esposa e se ajoelhou ao lado da cama acariciando os cabelos dela, Baelon não sabia o que fazer. Ele não queria perder a sua Alyssa, tão pouco o seu filho.
—— Baelon, eu não aguento mais tanta dor. —— a Targaryen disse chorando.
—— Eu sei, meu amor. —— o príncipe falou segurando a mão dela e depositando um beijo em seus dedos.
—— Quero que tirem o bebê. —— Alyssa pediu implorando —— Tirem ele.
—— Se fizermos isso você morrerá. —— Baelon informou com tristeza.
—— Vou morrer de qualquer jeito. —— afirmou a princesa —— Mas pelo menos saberei que meu filho teve uma chance de sobreviver.
—— Alyssa... —— o Targaryen não sabia o que dizer perante as palavras da sua esposa.
—— Faça. —— mandou a mulher —— Se for menino ponha o nome de Aegon, assim como o do conquistador. Se for menina coloque o nome de Visenya, e que ela seja tão guerreira como foi sua antepassada.
Ainda hesitante o príncipe Baelon se inclinou para frente e deu um beijo demorado nos lábios de sua amada, logo após se afastou e ficou ao lado dela segurando a sua mão como uma forma de lhe dar força. Em meio às lágrimas Baelon virou o rosto para o Meistre e afirmou com a cabeça lhe dando permissão para retirar o bebê.
No mesmo instante o Meistre se aproximou da cama e as parteiras seguraram os braços e as pernas de Alyssa. Baelon fechou os olhos com lágrimas molhando o seu rosto, o mesmo abaixou a cabeça apertando firme a mão da sua amada esposa se recusando a assistir aquela cena horrenda.
—— Farei agora a incisão. —— avisou o Meistre.
Quando a barriga de Alyssa começou a ser aberta seus gritos agonizantes ecoaram por todo o cômodo, o sangue começou a jorrar como água molhando os lençóis brancos da cama, os deixando tão escuro quando a lua que iluminava o céu naquela noite.
Depois de alguns minutos o grito da mulher de cabelos prateados foi substituído pelo choro da criança recém nascida, seu choro era tão forte quanto os gritos de dor que saíram anteriores da boca de sua mãe.
—— É uma menina, uma menina. —— o Meistre disse embalando a garotinha em um pano.
Essas foram as últimas palavras que Alyssa escutou antes de fechar seus olhos e dar seu último suspiro de vida. O príncipe ainda permaneceu ao lado do corpo da esposa por alguns minutos, ele chorava baixinho segurando a mão dela que já estava sem vida. Estava sentindo um profunda dor em seu peito, quase como se uma parte dele tivesse sido arrancada.
A morte de sua esposa Alyssa o havia atingido com força, levando-o a enfrentar uma tristeza que parecia insuportável. Seus olhos, normalmente firmes e determinados, agora refletiam um vazio devastador. Pouco tempo depois Baelon se levantou do chão enxugando as lágrimas, e evitando olhar para o corpo da sua falecida esposa e para o sangue manchado na cama.
—— Posso segurar? —— o Targaryen pediu estendendo os braços para frente.
Logo o Meistre entregou a bebê para o príncipe que a segurou como se ela fosse um objeto frágil. A criança ainda chorava mais aos poucos foi se acalmando nos braços do seu pai, quase como se soubesse que estava segura nos braços do homem.
—— Ela nasceu com algum problema? —— o príncipe questionou preocupado.
—— Não, senhor. Ela é forte e saudável. —— respondeu o homem.
Baelon assentiu com a cabeça sem falta nenhuma palavra, e depois saiu do quarto com a sua filha em seus braços a acalentando. O Targaryen observava cada detalhe da garotinha deslumbrado, ele estava impressionado de como a sua filha era parecida com a mãe dela.
Mesmo tendo perdido Alyssa, a princesa havia deixado uma parte dela para ele e sempre que olhasse para a sua filha, Baelon iria se lembrar da sua falecida esposa, ele se lembraria do amor que sentiram um pelo outro e de como eles dois haviam sido felizes juntos.
—— Você se chamará Visenya, assim como a sua antepassada. —— ele falou como se a bebê lhe entendesse —— E você será tão bela e guerreira assim como ela era.
Baelon Targaryen, com seu porte imponente e ar nobre, segurava com delicadeza sua filha recém-nascida, Visenya. Os olhos do príncipe se encheram de lágrimas ao pensar na falta que Alyssa faria em sua vida e na de seus filhos. Apesar da dor avassaladora que sentia em seu coração, Baelon sabia que precisava ser forte pelo bem daqueles que ainda dependiam dele.
Com uma expressão séria no rosto, ele acariciou suavemente a cabeça da pequena Visenya enquanto pensava nos desafios que teria pela frente. Mas mesmo diante das adversidades, Baelon estava determinado a honrar o legado de sua família e proteger aqueles que amava. Com coragem e dedicação, ele seguiria adiante rumo ao futuro incerto com a força inabalável de um verdadeiro Targaryen.
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The Rise Of The Queen - House Of The Dragons
FanficApós a trágica morte de Aemma Targaryen e seu filho recém-nascido, deixando o rei Viserys sem herdeiro direto, o príncipe Daemon Targaryen emerge como o provável sucessor ao Trono de Ferro. Enquanto Viserys lamenta sua perda, Daemon é visto celebran...