Capítulo 14

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Eu só queria que existisse um botão para avançar a sua vida pelas partes de merda e passar direto para as partes boas- Hannah Baker

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Eu só queria que existisse um botão para avançar a sua vida pelas partes de merda e passar direto para as partes boas
- Hannah Baker.

Naruto Uzumaki

Observei o breu da rua escura, pouco iluminada pelos postes de luz amarela. Estava recostado em um muro chapiscado, com uma bolsa de drogas em mãos. Era meu trabalho. Enquanto todos dormiam, eu estava lá, colocando minha vida em risco. Decepcionando a mulher que me colocou no mundo. 

Era difícil trabalhar na madrugada, e para minha mãe, eu tinha largado essa vida quando iniciei a faculdade. Mas a maioria das noites, faço meu corre para ela acreditar que nem saí de casa.

É estranho mentir para ela, mas é pior ainda chegar em casa e ela me olhar com decepção sabendo exatamente de onde eu estava vindo. Eu preferia mil vezes mentir, do que encarar seu olhar decepcionado.

Minha mãe sempre foi forte, desde quando tínhamos meu pai, mas depois dele partir, ela se tornou algo que eu realmente me espelhava. Ela conseguiu colocar meu prato de comida na mesa todos os dias, mesmo que o dela faltasse. Não entendia na época, já que ela alegava não estar com fome, ou já ter comido mais cedo. Hoje, eu sou um homem, e é meu dever não deixar faltar nada. Infelizmente ela não concorda. Ela prefere passar pelo inferno do que me ver trabalhando assim.

Ela sempre foi justa. Mesmo passando necessidade, o errado, para ela, estava fora de cogitação sempre. Não importa o argumento que eu usasse.

Para mim era diferente. Vender droga para viciados era fácil. Difícil era alguma empresa contratar um pé-rapado¹ sem futuro como eu.

E além do mais, qual o grande problema? Não era eu o viciado. E eu tentei explicar isso a ela quando fui chamado para o trabalho, mas além de seu olhar decepcionado, disse:

"Pode não ser você o viciado, mas você está contribuindo para o vício dos outros. Para o fim de famílias. Para o fim de um pai e uma mãe. Naruto, você pode não ser o viciado hoje, mas e amanhã? Quem nos garante que você não se tornará um?" 

Aquela frase não tinha me impactado na época, pois realmente não pensava nos outros. Se minha mãe estava bem, era o que importava. Ninguém nunca ligou para nós, ou nos perguntou se faltava algo em casa. Por que eu deveria?

Eu tive que crescer rápido e me adaptar a minha realidade. Eu sempre soube que era errado, mas quando me falaram a quantia que receberia por isso, minha mente se tornou um breu. E imaginei que com aquilo, minha mãe nunca mais teria que deixar de comer por mim. Então aceitei.

Suspirei. Era doloroso lembrar, o quanto a vida não tinha sido justa com nós.

Já tem cerca de dois meses desde meu primeiro dia na faculdade, e três semanas desde a conversa com Itachi, ou seja, três semanas que não aceito ir na casa de Sasuke para jogar, o que é uma pena, pois eu adorava aquilo, me fazia sentir um adolescente comum, apenas revoltado com um jogo fictício. E não preocupado com a conta de luz e água que chegaria no final do mês, ou a compra mensal. Ao menos com aluguel não esquentava a cabeça, já que antes de partir, meu pai fez o mínimo de deixar a casa para nós.

O acidente que mudou minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora