As almas mais escuras não são aquelas que escolhem existir no inferno do abismo, mais aquelas que escolhem se libertar do abismo e circular silenciosamente entre nós.
- HalloweenSasuke Uchiha
Enquanto entravam no carro bati uma foto de Naruto e Hinata, já pensando em como usaria ela. Observei meu carro sumir pelo horizonte do entardecer e suspirei escondendo as mãos no bolso da blusa moletom. O sol já estava quase todo encoberto pelas nuvens que trazia consigo o céu negro.
As luzes dos postes começaram a ascender uma por uma, iluminando as ruas ao redor do posto que eu estava. Por alguns segundos finquei meu olhar em algum lugar aleatório, pensando nas coisas que aconteceram até agora, e nas que provavelmente estão por vir.
Quem diria que tudo isso iria tão longe.
O pior é saber que tive muita parcela de culpa nisso, eu que incentivei Hinata a ir contra nosso pai. Eu que disse pra ela arriscar, e veja bem, o risco não valeu a pena. Na verdade, resultou em dois fugitivos, dois maníacos e um morto.
Um carro preto estacionou em minha frente e entrei acomodando-me no banco de trás. Antes de Naruto e Hinata irem, chamei o motorista particular da família para me buscar.
— Pra onde, senhor?
— Delegacia.
Ele abaixou levemente o óculos escuro e me encarou pelo retrovisor.
— Delegacia, senhor?
— Por acaso está surdo?
— Não, senhor. Me desculpe.
Desviei o olhar e relaxei meus ombros. Não queria, mas quando fechei os olhos tive pequenos flashbacks em minha mente. Hinata e eu corríamos na orla da praia, tínhamos cerca de 5 ou 6 anos, Itachi estava logo atrás fingindo estar cansado para correr atrás de nós.
Nossos sorrisos nunca foram tão verdadeiros quanto quando éramos crianças, e talvez eu sinta falta disso. Mesmo antes de todo esse alvoroço, a merda toda já estava se instalando dentro de casa.
Meu pai sempre foi um homem fechado, sem muito sorrisos e opaco, mas não Itachi. Itachi gostava de fazer palhaçada e nunca gostou de nos ver reprimido. Não consigo acreditar na casca fria que nosso pai o transformou.
Mordi com força o lábio inferior. Preciso parar de pensar, não gosto de fazer isso. Quanto mais você pensa, mais problemas aparecem, e eu não quero isso.
Desci meus olhos ao aparelho celular e mandei mensagem para Hinata, perguntando de forma provocativa se ainda estava viva, e se Naruto ainda não tinha capotado o carro.
Apoiei meu braço na janela do veículo e observei o lado de fora em movimento. Quando chegar em casa, certamente haverá discussão, e haverá chuva de questionamentos. Não quero pensar que tudo só irá desabar daqui em diante, mas é inevitável.
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O acidente que mudou minha vida
Fiksi Penggemar[CONCLUÍDA] Elevando a mão involuntariamente quando sua professora perguntou se alguém queria observar o procedimento de uma sutura em um jovem que acabará de sofrer um acidente, Hinata foi mandada para a sala de emergência. O paciente do seu prime...