Epílogo

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Hinata Uzumaki

A mobile balança e faz barulhinhos enquanto meus olhos estão semicerrados, acostumando-se a claridade do alvorecer. Duas pequenas mãos gordinhas erguem-se, chacoalhando os enfeites de estrela.

Um sorriso pequeno preenche meu rosto. Sinto meu corpo todo dormente, talvez dormir na cadeira de amamentação não tenha sido uma das ideias mais geniais que já tive.

Mas, é errado querer estar sempre perto do meu filho? Por que na minha visão, seu corpo é tão pequenino e frágil que tenho medo de algo ruim acontecer se eu virar as costas.

Pestanejo algumas vezes, tentando lembrar do meu último movimento ontem a noite, e em nenhum deles eu coloquei Boruto no berço. Lembro de tê-lo visto dormir pesado com sua bochecha colada ao meu peito.

— Enfim, acordou. — Não preciso olhar para reconhecer a voz. — Você não queria largar Boruto de forma alguma, hein.. — Naruto brinca, se aproximando. Lanço meu olhar em sua direção observando-o desencostar do batente e se aproximar.

Perto o suficiente, ele se inclina e sela os lábios em um beijo lento na minha testa.

— Bom dia, Hime. — Sorriu, acariciando meu rosto.

Lhe devolvo o sorriso, aproveitando o carinho.

— Bom dia, amor.

Naruto se inclina quando faço menção de levantar e me ajuda. Tropeço levemente, mas nada que seus braços fortes não resolvam. Com nossos rostos a centímetros, sinto sua respiração quente e um pouco acelerada.

É sempre o mesmo sentimento. Como se o tempo só agitasse mais ainda as borboletas no meu estômago.

— Você está linda.

— Ah, para. Acabei de acordar, estou vestindo as suas roupas gigantes e estou inchada, me sentindo a própria vaca leiteira.

Ele aperta sutilmente minha cintura, me puxando ainda pra mais perto. Minhas mãos automaticamente vão para sua nuca, e meus dedos serpenteiam seus fios loiros, agora bem aparados e curtos.

— Continua linda pra mim. — Nos entreolhamos e não escondo minha expressão de uma boba apaixonada. — Eu te amo, em todas as fases. — Seu rosto se aproxima e espero em expectativa seus lábios chegarem até os meus.

Arfo com seu toque gentil e lhe dou passagem para beijar-me com intensidade. Nos últimos meses o máximo que conseguimos chegar perto um do outro é para selinhos, e olhe lá.

Quando temos um tempo livre, acabamos dormindo na hora H. Nunca achei que fosse me sentir tão fraca pra esse tipo de coisa, mas, há uma primeira vez para tudo, certo?

Boruto chegou dominante. Apesar de ser um pequeno bebê de cinco meses, ele acha que manda na casa e nos papais. Talvez ele mande mesmo, por que não podemos ouvir um chorinho que estamos em cima, checando a fralda, se está com dor ou faminto. Geralmente é a última opção.

— Eu fiz o café da manhã, está com fome? — Naruto pergunta, mordendo meu lábio inferior.

Sorrio rodeando meus braços em sua cintura, e colo meu ouvido no seu peito. O som ritmado das batidas do seu coração sempre me acalmam.

— Não colocou fogo na cozinha? — Brinco e ouço sua risada.

— Não, mas tive que me esforçar bastante.

— Sei que sim. — Ergo meu queixo para ele, ainda colada em seu peito. Ele me olha com ternura, e por um instante havíamos esquecido ter companhia no quarto.

Boruto resmunga, batendo seus bracinhos contra o ar, tentando alcançar os enfeites da mobile. Eu e Naruto sorrimos e com as mãos entrelaçadas, caminhamos até o berço.

O acidente que mudou minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora