Capítulo 29

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Eu nunca me importei muito com o conceito de inferno, mas se ele existe, eu estou nele

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Eu nunca me importei muito com o conceito de inferno, mas se ele existe, eu estou nele.
- Coringa

Naruto Uzumaki

Nem sempre odiei meu pai. Nem sempre tive raiva dele ter prometido voltar e não cumprir. Até meus treze anos eu ainda tinha esperança, por que foi uma promessa quando ele me levou no topo daquela pequena montanha e deitados sobre a grama verde enquanto observávamos as estrelas, ele disse:

— Meu filho, quando voltarmos pra casa, eu vou precisar sair, então você deve cuidar da mamãe, ok? Posso contar com você?

Eu, claro que concordei imediatamente. Uma criança de nove anos não entenderia a gravidade daquela situação.

— Claro, papai, eu prometo que vou cuidar! Promete que vai voltar logo?

Na hora eu não percebi, mas agora tendo a memória fresca em minha mente, lembro do seu olhar brilhoso em lágrimas contidas em minha direção. E então ele prometeu, prometeu que voltaria, e não voltou. Eu esperei por cada amanhecer, e cada anoitecer. Eu tinha esperança, até ela ser brutalmente arrancada do meu peito.

Tinha ido no mercado depois de conseguir dinheiro com meu serviço de jovem aprendiz, que não cheguei a ficar por nem dois meses completos. Deixei as sacolas na mesa de jantar e me aproximei lentamente da porta emadeirada. Me recostei no batente e fiquei observando o mesmo lugar que minha mãe.

— Mãe...? — Chamei em um fio de voz.

Me aproximei perpassando as mãos em seus ombros. O seu olhar permanecia intacto no retrato onde meu pai, eu e ela sorriamos para a câmera.

Ela estava sentada no sofá com o objeto entre os dedos. Eu me ajoelhei em sua frente e apanhei suas mãos, tirando o quadro e o colocando no estofado ao lado. Mirei meu olhar em seu rosto pálido. Desde a partida do meu pai, ela mostrava ser forte e nunca chorava. Mas eu só não entendia o quanto ela estava quebrada por dentro.

— Mãe.. adivinha oque comprei? Chester!

Lembro o quanto havia me esforçado fazendo horas extras somente para comprar aquele pedaço de carne, já que era natal, e eu queria fazer uma surpresa épica pra ela.

— Vamos preparar juntos! — Continuei tentando entender o motivo dela estar com o olhar tão distante.

Ela mirou lentamente seu olhar em mim, levantou suas mãos até emoldurar meu rosto. Seus olhos encheram de água instantaneamente. Aproveitei o carinho que foi me feito no rosto e não demorei a colocar minha mão sobre a sua, acariciando-a com o polegar.

Minato.. você está aqui.. — Ela murmurou e esse simples ato fez meus olhos transbordarem. — Você demorou.. eu fiquei cuidando do Naruto sozinha. Achei que não fosse voltar pra nós. — E então puxou-me para o abraço mais apertado que já recebi na vida.

O acidente que mudou minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora