Capítulo 37

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Essa noite será a mais solitária The loneliest - Måneskin

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Essa noite será a mais solitária
The loneliest - Måneskin

Hinata

Olho pela minha janela e não há nenhuma estrela iluminando o céu, até a lua parece tímida e resolveu se esconder atrás das nuvens negras.

Através da parede fina, ouço meus pais em uma discussão que eles imaginam estar baixa. É madrugada e provavelmente pensam que estamos dormindo, e eu realmente estava, até acordar assustada.

Ergo o pé para abrir a porta e olho para os lados, os corredores escuros e vazios. Respiro fundo e corro, o contato direto com meu pé descalço no assoalho impede que barulhos altos ressoem. Abro a porta ao lado e fecho com pressa, pedindo para que meus pais não tenham visto.

— Hinata? — Reparo no tom incerto, vendo Sasuke sentado na cama. Seus olhos bem abertos entrega que está acordado há tempos. Ao me aproximar, ele prontamente me ajuda a subir, e me escondo sob seus edredons. — O que faz acordada essa hora? — murmura.

— Eu estou sem sono.. — minto.

Ele desliza suas mãos em meu cabelo e me aninho mais, colando minha bochecha contra seu peito. Os gritos ainda ressoam.

— Tá tudo bem, tente dormir, ok?

Assinto, me aninhando mais. Alguns minutos se estendem e não entendo o motivo da briga, mas ela ainda é extensa. Me preocupo com Itachi, embora ele pareça um urso quando dorme. Não acorda nem se a casa for derrubada.

— Ei.. — Sasuke percebe minha tensão e me cutuca. Ergo o olhar a ele. — Preciso contar meus chaveiros, me ajuda?

Pestanejo, fingindo dormir. Contar suas coleções era chato, e ele sempre me colocava pra trabalhar enquanto assistia.

— Ah.. não..

— Ah, sim. Vamos! — Ele se levanta, e me estende a mão. Em seguida, busca uma caixa plastificada debaixo da cama e nos expõe diversos chaveiros.

Na época, eu custei a entender que fazendo essa contagem, os sons externos sumiam da minha mente. Era uma forma de terapia a Sasuke.

— Por que um chaveiro de parafuso? — murmuro com uma sobrancelha erguida. Ele sorri pequeno, pegando o objeto da minha mão.

— Eu gosto do formato. Como um redemoinho cheio de emoções.

E foi gatilho para que começasse a falar sobre cada chaveiro, cada pecinha que contávamos e separávamos em caixas diferentes. Uma tarefa provavelmente chata pra uma criança de oito anos, mas entendível agora pela mulher de quase vinte.

Único outro momento que me senti dessa forma, entorpecida, não ouvindo vozes ao redor, foi com Naruto. E amá-lo, persistir nesse amor e relacionamento tirou de mim a pessoa por quem eu mais prezava na vida.

O acidente que mudou minha vidaOnde histórias criam vida. Descubra agora