Jeongin, sendo o irmão mais carinhoso e amável dos três, corre pelo castelo para entender o que aconteceu durante sua ausência. Aos poucos consegue entender um pouco melhor com a ajuda de Doonkin e Seungmin, que já está um pouco recuperado. Nos aposentos do irmão, ele tira suas últimas dúvidas.
– Mas, eles se conheceram como?
– Nem eu sei ao certo, o Hyunjin simplesmente apareceu na minha porta no meio da noite e me pediu ajuda para liberta-lo.
– Hm... você sabe onde ele está?
– Não, Hyunjin o escondeu muito bem.
– E... esta com raiva?
– Jeongin, você sabe como eu sou, sempre fui muito fiel ao papai e só atendia aos caprichos de Hyunjin porque, bem, nós somos irmãos. Mas... depois de... – Seungmin hesita em falar, sente uma decepção muito grande. -Depois de entender o quanto sou insignificante para ele, não me arrependo de nada que o nobre coração do nosso irmão tenha determinado a seguir. Nem ao menos arrependo-me de tê-lo ajudado.
Jeongin sorri largamente e abraça o irmão. Ele sempre foi o elo de ligação para quando os mais velhos brigavam ou se afastavam. Também sempre observou o quanto se amavam e não tinham coragem de admitir. Vendo que, agora, ambos estavam se ajudando sem a intervenção do imperador, ele sente que finalmente poderão se libertar da tirania de seu pai.
– Innie, tem que tirar ele de lá. Precisa sumir com Hyunjin antes que esses franceses forem embora. Depois disso, com certeza papai vai dar um fim nele.
Assim que escuta o irmão, Jeongin corre para atender, afinal eles conhecem e temem o pai. Entra na parte obscura do castelo onde escravos agonizam e fedem a proporção que vão morrendo e sendo deixados lá por um tempo. Em uma das celas mais distantes identifica 3 guardas de prontidão e imagina que essa seja a cela de Hyunjin. Ao planejar como pode retirar o irmão de lá, identifica Doonkin que o estava segundo.
– Doon, que bom ver você. – Sussurra.
– Senhor. – Ele faz uma reverência. – Quero ajudar a libertar o senhor Hyunjin, mas não sei como faremos. Estes são bastante fiéis ao imperador. – Doonkin fala se dirigindo aos guardas que não o enxergam.
– Tenho uma ideia, mas pode ser arriscada para nós dois.
Colocando em prática a ideia de Jeongin, Doonkin sai e discretamente abre todas as gaiolas enquanto passa. Ao que os escravos se libertam e fogem em disparada, os guardas precisam sair para conte-los. Não notam a presença de nenhum dos dois que correm para liberar Hyunjin. Em seu estado muito castigado, o príncipe encontra-se desmaiado, então o guarda grande e forte o carrega para fora e ambos saem correndo para acomodar o príncipe com segurança.
POV Hyunjin
Abro meus olhos lentamente devido ao cansaço que meu corpo sente pelo fato de estar tentando se recuperar. Retiro de minha cabeça um pano e, enfim, noto que estou em um quarto que não é o meu. Se trata do quarto de meu irmão mais novo e me alegro ao perceber sua presença arrumando algumas ataduras que, possivelmente, são para tratar meus ferimentos.
– Irmão. Você acordou. -Jeongjin abre um sorriso largo e vem apressadamente em minha direção
– Que bom ver você, irmão. – Falo fracamente.
– Ouvi sobre suas aventuras. Você sempre com ótimas escolhas. – Ele ri brincalhão.
– Ah, meu irmãozinho, você precisa conhece-lo. Ele é indescritível. Quando olhei para ele sabia que tinha encontrado o meu universo. – Divago sorrindo largo lembrando de Felix.
– Você está completamente doido. – Meu irmão ri. – Sabia que ele parece com Jang Joo? – Lhe encaro com um olhar confuso e ele prossegue. – A primeira esposa do imperador. Antes mesmo de conhecer a mãe de Seungmin, aquela a quem ele matou um povoado inteiro procurando.
– Ele sempre foi tão dramático. – Falo debochando.
– Hyunjin, falo sério. – A expressão no rosto de meu irmão muda – Nosso pai tem uma fascinação assombrosa por essa mulher. Esse garoto está fadado a essa vida, você deveria tentar esquece-lo.
– Isso é impossível. – Falo apressadamente me levantando e sinto uma dor forte atravessando meu corpo, meu irmão se aproxima preocupado e prossigo. – Jeongjin... eu... não tenho como...– Pauso apenas para recuperar-me da dor. – Não tenho mais como viver sem ele. Minha pele sente sua falta, meu olfato sofre com a ausência de seu perfume, minha boca sente sede de sua boca, meus braços estão vazios sem seu abraço e meu coração, ele vibra de pensar nele, cada batida grita seu nome. Entende? Não posso viver sem ele, irmão.
Jeongin me olha espantado, porém muito atento. Ele solta um suspiro leve e balança a cabeça em confirmação. Creio que ele não compreenda este sentimento, mas sei que não vai me deixar desamparado.
Após dois dias meu irmão segue cuidando de mim, mas peço que me leve até Seungmin, preciso vê-lo, afinal ele está nessa situação por minha causa. Já estou bastante recuperado, embora tenha sido bastante castigado. Sempre fui muito resistente a machucados, mas não posso transparecer que estou bem ou posso ser castigado novamente. Quanto mais eu ficar quieto, mais fácil será de conseguir fugir e encontrar meu amado.
Ao entrarmos nos aposentos de meu irmão, após muito tempo, finalmente temos um tipo de reunião de família. Nós três, a única família aceitável. Dois guardas de confiança vigiam a porta, um é Doonkin que sempre esteve comigo, o outro Chagnbin, que lutou ao lado de meu irmão mais novo e segue sendo seu braço direito.
– Que bom te ver bem irmão. – Falo abraçando Seungmin.
– Deveria ser eu a falar isso, mas vejo que consegue estar mais recuperado que eu, Hyun.
– Sabe que não é tão fácil abater-me. – Sorrio para ele e prossigo. – Minhas costas ainda doem, mas nada que mais um dia, talvez meio, de descanso não resolva.
– É muito bom estar com vocês. – Jeongin fala nos abraçando.
Temos nossos momentos rindo e conversando um pouco. Fazia muito tempo que não tínhamos momentos leves como este, sabemos que muito disso é culpa de meu pai. Não consigo parar de pensar que tudo isso foi desencadeado por Lix, como a presença dele em minha vida melhorou tudo. Pode parecer loucura pensar desta maneira em vista da situação em que estamos, mas meu irmão Jeongin retorna, meu irmão Seungmin abre os olhos para a perversidade de meu pai e eu simplesmente consigo me reaproximar de ambos, se isso não é melhorar, em vista da monotonia cinza que vivíamos, não sei o que poderia fazer-lo.
– Então. – Seungmin começa sério depois de algumas conversas leves. – Nossas conversas estão ótimas, mas precisamos pensar em como prosseguir.
– O que quer dizer, irmão? – Jeongin questiona.
– Sabemos que nosso pai não vai deixar isso passar, nós seguiremos sendo castigados, ele só aguardará a partida do imperador francês para prosseguir com sua perversidade. Também não podemos deixar ele pôr as mãos em Felix de maneira alguma.
Me surpreendo positivamente com a última frase. Meu irmão, além de não me odiar por ter sido castigado, quer me ajudar a proteger meu amado.
– Minnie... não sei... não sei como agradecer...– Falo, emocionado.
– Irmão, você não precisa me agradecer. De certa forma, invejo o que você tem com ele. Fico muito feliz por tê-lo encontrado. Mas precisamos agir rápido, tivemos sorte de ter alguns dias, mas não sei quantos mais teremos.
– Você precisa voltar a ocupar o lugar de braço direito do papai. – Jeongin fala e nos espantamos.
– Innie, não posso ficar ao lado dele depois...
– Irmão. – Ele interrompe Seungmin. – Você precisa voltar como o filho fiel e leal que ele sempre teve. Isso vai ser nossa fachada para podermos agir como fantasmas. Ocupe ele, mantenha ele em assuntos que não sejam relacionados a nós, assim podemos agir.
– Fico muito grato por vocês estarem ao meu lado, mas precisamos de um plano eficaz, ou todos acabaremos prisioneiros.
– Hyunjin tem razão. A questão é, agiremos com cautela, ou faremos um grande alarde?
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Império - Hyunlix
FanfictionEm um império muito arcaico pessoas nascem, vivem e crescem para servir o imperador e seus caprichos. Toda a civilização é criada em meio a pobreza e muita violência, envolta em medo do tirano que lhes governa. O cruel governante possui três filhos...