Capítulo 24

187 25 38
                                    

O imperador adentra ao grande salão e vê a mesa posta para duas pessoas, apenas. Ele identifica seus dois filhos Seungmin e Jeongin sentados à sua espera.

– Venha sentar-se, papai. – Jeongin se levanta para puxar a cadeira para o imperador, com um sorriso largo no rosto.

O imperador senta em seu lugar e fica intrigado quanto às nove cloches postas a mesa. Tendo apenas dois pratos colocados nas duas extremidades da mesma.

– Vejo que Aretha serviu um grande banquete. Mas ainda não compreendo porque apenas dois pratos estão postos. O príncipe Louis irá juntar-se a nós? – O imperador questiona estudando cada detalhe da mesa.

A grande mesa, com espaço para doze pessoas, possui pratos postos apenas em suas duas extremidades, sendo um para o imperador e um a frente de uma cadeira vazia. Jeongin e Seungmin estão sentados ao centro da mesa, com duas cadeiras de cada lado, um pouco distantes do imperador. A sua frente, nenhum dos filhos possui pratos. Oito cloches estão postas a mesa, todas em duplas, cobertas sem qualquer possibilidade de desvendar o que há em seus interiores. Atrás do imperador estão dois guardas, sem qualquer visibilidade por se tratar de uma sala escura e o jantar estar a luz de velas.

– Bem, papai. – Seungmin começa seu discurso. – Você tem sido um governante bastante decepcionante. – Ele pega uma maçã, dá uma mordida e prossegue. – Nem preciso dizer que um pai bastante relapso.

– Como você ousa, moleque insolente. – O imperador ameaça levantar-se e é compelido a permanecer sentado por um dos guardas. Então o imperador observa que se trata de Changbin, braço direito de seu filho mais jovem.

– É papai, vou ter que concordar com meu irmão. Por conta disso sua moral nunca foi das melhores em outros reinos. Ao adentrarmos no castelo e nos depararmos com uma atrocidade realizada com seu próprio filho, bem, digamos que o senhor perdeu a pouca possibilidade que tinha de um tratado com a França.

– Não fale bobagens, a princesa vem para casar-se comigo. Já fechamos o acordo.

Seungmin solta uma risada de deboche. 

– Papai, o senhor achou mesmo que uma moça tão jovem e bela iria casar-se com um velho tirano como você? 

– Ela irá casar com o imperador coreano, já estão sendo espalhadas notícias e...

– Claro que vai, papai. – Seungmin o interrompe. – O novo imperador coreano terá a mão da jovem moça, sim. A mesma pessoa que conseguiu, diplomaticamente, o tratado com os governantes de outros reinos. A mesma pessoa que já revisou normas e leis governamentais e realizou ajustes enquanto um tirano insolente e sem o menor escrúpulo vagava reino a fora raptando jovens pobres inocentes. – Ele vira-se para o pai com um largo sorriso no rosto.

O imperador permanece confuso com todo discurso do filho, ao que seu caçula prossegue.

– Papai, para um grande tirano o senhor é um pouco ingênuo, às vezes. Tenho certeza de que meu irmão será um melhor imperador. – Jeongin olha com um sorriso brincalhão em seu rosto.

– Os insolentes realmente acham que terão sucesso com esse motim. – O imperador fala impaciente por estar sendo confrontado e segurado por guardas.

– Papai, nós já tivemos. Pela manhã, em sua ausência, serei consagrado novo imperador. Claro, com a ajuda de minha aliança e matrimonio com a princesa da França. Afinal, temos exatamente a mesma idade. – Seungmin sorri para ele.

O imperador fica abismado com toda a ação que foi executada por suas costas, mas passa a entender algumas atitudes, gestos e conversas paralelas entre os filhos e o império francês. Afinal, foi Jeongin que tratou os primeiros tramites com eles, foi ele mesmo quem conversou e trouxe o príncipe para o castelo, e Seungmin tratou absolutamente todos os trâmites políticos, sem 'precisar' da ajuda do pai. Ele tenta então ir até um dos filhos, chamar qualquer um dos guardas de sua confiança, mas é impedido. Os filhos já tomaram a confiança dos guardas, já possuem uma base sólida de seguidores e seguirão com o domínio total do império.

Império - HyunlixOnde histórias criam vida. Descubra agora