Sem ver nenhuma razão para cooperar com essa ordem, Lauren se levantou.Isso teve um efeito interessante sobre o alfa guarda, que parou onde estava e virou o olhar de volta para Camila, à procura de nova orientação. Radel também estava no quarto, e na porta havia os dois guardas em seu turno de vigia.
Camila estreitou os olhos diante do problema, mas não ofereceu nenhuma solução imediata.
Lauren disse:
- Você podia trazer mais alfas.
Atrás dela estavam as almofadas jogadas e os lençóis de seda amassados, e correndo pelo chão havia a corrente ligada à algema em seu pulso, que não era nenhum impedimento ao movimento.
- Esta noite você está mesmo cortejando o perigo - disse Camila.
- Estou? Achei que estivesse apelando à melhor parte de sua natureza. Ordene a punição que desejar à distância covarde do alcance da corrente. Você e Govart são iguais.
Não foi Camila, mas o guarda quem reagiu. Aço reluziu ao sair da bainha.
- Cuidado com o que fala.
O alfa estava usando libré, não armadura. A ameaça era ínfima. Lauren olhou com desprezo para sua espada sacada.
- Você não é melhor, viu o que Govart estava fazendo e não fez nada para detê-lo.
Camila ergueu a mão, detendo o guarda antes que ele pudesse dar mais um passo com raiva.
- O que ele estava fazendo? - perguntou Camila.
O alfa da guarda deu um passo para trás, em seguida deu de ombros.
- Estuprando uma das ômegas escravas.
Houve uma pausa, mas se Camila teve alguma reação a essas palavras, isso não transpareceu em seu rosto. Camila transferiu o olhar de volta para Lauren e perguntou, de modo agradável:
- Isso incomoda você? Lembro-me de que estava agindo livremente com as próprias mãos não faz muito tempo.
- Isso foi... - Lauren enrubesceu. Ela queria negar ter feito qualquer coisa desse tipo, mas se lembrou de maneira inequívoca que tinha. - Eu garanto: Govart fez muito mais do que apenas aproveitar a vista.
- Com uma ômega escrava - disse Camila. - A Guarda da Princesa não interfere com a Regência. Govart pode enfiar o pau em qualquer coisa de meu tio, se ele quiser.
Lauren emitiu um som de repulsa.
- Com sua aprovação?
- Por que não? - disse Camila. Sua voz estava adocicada. - Ele sem dúvida tinha minha aprovação para foder você, mas preferiu levar um golpe na cabeça. Foi decepcionante, mas não posso criticar seu gosto. Mas, afinal, se você tivesse se aberto no ringue, talvez Govart não tivesse ficado tão excitado para entrar em sua amiga.
- Isso não é nenhum esquema de seu tio - Lauren disse. - Não recebo ordens de alfas como Govart. Você está errada.
- Errada - disse Camila. - Sorte minha ter escravos para observar meus defeitos. O que faz você pensar que vou tolerar algo desse tipo, mesmo que eu acreditasse que o que você está dizendo seja verdade?
- Porque pode acabar com esta conversa na hora que quiser.
Com tanta coisa em jogo, Lauren estava cansada de certo tipo de conversa; o tipo que Camila preferia e saboreava, e no qual era boa. O jogo de palavras por si só; palavras que construíam armadilhas. Nada disso fazia sentido.
- Você tem razão. Eu posso. Nos deixem. - ordenou Camila. Ela estava olhando para Lauren enquanto dizia isso, mas foram Radel e os guardas quem fizeram reverências e saíram.
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Alfa Cativa
FanfictionLauren é uma heroina para o seu povo e a legítima herdeira do trono de Akielos. Mas, depois da morte do pai, seu meio-irmão toma o poder e a vende como escravizada. A alfa guerreira, então, é obrigada a servir Camila, a ômega e princesa da poderosa...