– Sua mestre parece boa – disse Eras.– Boa? – disse Lauren.
Foi difícil pronunciar a palavra, que arranhou sua garganta à medida que ela forçou sua saída. Ela olhou para Eras sem acreditar. Nicai saíra junto com Camila, deixando Eras para trás, sua guia esquecida no chão ao lado dela onde estava ajoelhada. Uma brisa suave agitou seus cachos castanhos, e acima deles a folhagem se moveu como um toldo de seda negra.
– Ela se preocupa com seu prazer – explicou Eras.
Levou alguns instantes para que essas palavras se conectassem a seu significado correto, e, quando fizeram isso, uma risada impotente foi a única resposta. As instruções precisas de Camila e seu resultado inevitável não tinham a intenção de bondade, mas o oposto. Não havia como explicar a mente tranquila e intricada de Camila para a ômega escrava, e Lauren não tentou.
– O que é? – disse Eras.
– Nada. Conte-me. Eu queria notícias suas e dos outros. Como estão as coisas para você, tão longe de casa? Você é bem tratada por seus mestres? Eu tenho curiosidade… Você entende a língua deles?
Eras sacudiu a cabeça para a última pergunta.
– Eu… Eu tenho alguma habilidade com patrano e os dialetos do norte. Algumas palavras são parecidas. – Ela disse algumas delas de maneira vacilante.
Eras falava veretiano bem o bastante; não foi isso o que fez Lauren franzir o cenho. As palavras que Eras conseguira decifrar do que tinha sido dito a ela eram: Silêncio. Ajoelhe-se. Não se mexa.
– Eu falei errado? – disse Eras, interpretando equivocadamente a expressão.
– Não, você falou bem – disse Lauren, embora sua consternação permanecesse. Ela não gostou da escolha das palavras. Não gostou da ideia de que Eras e os outros ficavam duplamente impotentes pela incapacidade de falar ou de entender o que estava sendo dito ao seu redor.
– Você… não tem as maneiras de uma escrava palaciana – disse Eras com hesitação.
Isso era dizer pouco. Ninguém de Akielos confundiria Lauren com uma escrava de prazer; ela não tinha as maneiras nem o físico. Sua aparência era, no geral, uma ameaça clara no primeiro avistar. Seus cabelos e o físico imponente causavam esse efeito. Lauren olhou pensativamente para Eras, perguntando-se o quanto dizer.
– Eu não era escrava em Akielos. Fui mandada para cá por Kristopher como punição – disse ela depois de algum tempo. Não fazia sentido mentir sobre essa parte.
– Punição – repetiu Eras. Seu olhar baixou para o chão. Todos os seus modos mudaram.
Lauren perguntou:
– Mas você foi treinada no palácio? Quanto tempo passou lá? – Ela não sabia por que nunca vira aquela escrava antes.
Eras tentou um sorriso, animando-se depois do que quer que a houvesse desalentado.
– Sim. Eu… Mas eu nunca vi o palácio principal. Eu estava treinando minhas habilidades quando fui escolhida pelo guardião para vir para cá. E meu treinamento em Akielos foi muito rígido. Eles estavam…na verdade…
– Na verdade…? – encorajou Lauren.
Eras corou e disse com uma voz muito delicada:
– Caso ela me achasse agradável, eu estava sendo treinada para a Alfa Mór.
– Estava mesmo? – perguntou Lauren com algum interesse.
– Por causa da cor de meu cabelo. Você não consegue ver nessa luz, mas na luz do sol, meu cabelo é quase totalmente castanho.
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Alfa Cativa
Fiksi PenggemarLauren é uma heroina para o seu povo e a legítima herdeira do trono de Akielos. Mas, depois da morte do pai, seu meio-irmão toma o poder e a vende como escravizada. A alfa guerreira, então, é obrigada a servir Camila, a ômega e princesa da poderosa...