Capítulo vinte e sete

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- Alteza - Jord as saudou, a cavalo. Ele estava acompanhado por dois outros cavaleiros com tochas, iluminando o escuro. - Nós mandamos batedores para encontrá-la.

- Chame-os de volta - disse Camila.

Jord freou e assentiu com a cabeça.

Cinquenta quilômetros de montanhas com prisioneiros. Tinha levado 12 horas, uma viagem lenta e arrastada com os alfas balançando e resistindo nas selas, de vez em quando golpeados pelas ômegas para obedecer. Lauren se lembrava da sensação.

Tinha sido um dia longo com um começo frugal. Ela acordara rígida, com o corpo protestando qualquer mudança de posição. Ao lado dela, uma pilha de peles nitidamente vazias. Nada de Camila. Todos os sinais de ocupação recente estavam a um palmo de seu próprio corpo, sugerindo uma noite passada em proximidade grande, mas não transgressora: algum tipo de autopreservação aparentemente impedira Lauren de rolar para perto durante a noite; de jogar o braço por cima da cintura de Camila e apertá-las juntas para fazer com que a tenda pequena parecesse maior do que era.

Como resultado, Lauren estava na posse de todos os seus membros, e teve até suas roupas devolvidas a ela. Obrigada, Camila. Espiar declives íngremes a cavalo não era algo que ela preferisse fazer com metade de uma camisa e calças prestes a cair.

O dia a cavalo que se seguiu foi quase perturbadoramente tranquilo. Eles chegaram a encostas mais suaves no meio da tarde e, dessa vez, não houve emboscadas nem interrupções. Eles subiram e desceram em silêncio encostas que se estendiam e espalhavam para o sul e o oeste. A única ruptura de paz era a estranheza de sua própria procissão: Camila montada à frente de um bando de ômegas vaskianos em pôneis peludos acompanhando seus dez prisioneiros, amarrados com cordas e presos a seus cavalos.

Agora anoitecia, e os cavalos estavam exaustos, alguns deles com os pescoços caídos, e os prisioneiros tinham parado de lutar havia muito tempo. Jord entrou em formação ao lado deles.

- Breteau está limpa - dizia Jord. - Os alfas de lorde Touars voltaram para Ravenel esta manhã. Nós escolhemos ficar e esperar. Não havia nenhuma notícia de lugar nenhum, nem da fronteira, nem dos fortes, nem... da senhorita. Os alfas estavam começando a ficar nervosos. Eles vão ficar contentes com seu retorno.

- Quero que eles estejam prontos para partir ao amanhecer - disse Camila.

Jord concordou com a cabeça, em seguida olhou de forma impotente para o grupo e seus prisioneiros.

- Sim, são os alfas que causaram esses ataques na fronteira - disse Camila, respondendo à pergunta que não tinha sido feita.

- Eles não parecem akielons - disse Jord.

- Não - disse Camila.

Jord assentiu, carrancudo, e eles subiram a última encosta para ver as sombras e os pontos de luz do acampamento noturno.

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Os adornos vieram depois, nas recontagens, pois a história foi contada várias e várias vezes pelos alfas, assumindo seu próprio caráter ao passar pelo acampamento.

A princesa partira com uma única soldado. Nas profundezas das montanhas, ela expulsara os ratos responsáveis por aquelas mortes. Ela os havia arrancado de seus esconderijos e os enfrentado, na proporção de trinta contra um, pelo menos. Ela os trouxera arrasados, amarrados e submetidos. Essa era a princesa deles, uma inimiga astuta e cruel que não se devia jamais contrariar, a menos que se quisesse ter as entranhas servidas em um prato. Uma vez ela chegou a matar sua montaria apenas para ganhar de Torveld na caça.

Aos olhos dos alfas, esse feito se refletia como a coisa louca e impossível que era - sua princesa ômega desaparecer por dois dias, em seguida ressurgir na noite com um saco de prisioneiros alfas pendurado no ombro e jogá-los aos pés de sua tropa dizendo: Vocês os queriam? Aqui estão.

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