A alfa se encontrava no solário de ômegas, com sua mobília leve e o sofá entalhado com um padrão simples, agora vazio. A janela tinha uma vista que se estendia até a primeira torre.
Jokaste teria visto o exército chegar dali, subindo a colina distante e se aproximando. Teria visto cada passo de seu avanço até o forte. Teria visto seu próprio povo partir, levando comida, carroças e soldados, fugindo até que a estrada ficou vazia, até que a imobilidade baixou, até que o segundo exército apareceu, ainda longe o bastante para ser silencioso, mas chegando mais perto.
Nikandros parou ao lado dela.
- Jokaste está confinada em uma cela na ala leste. Você tem outras ordens?
- Despi-la e mandá-la para Vere como escrava? - Lauren não se moveu do peitoril.
Nikandros disse:
- Você não quer isso de verdade.
- Não - disse ela. - Quero que seja pior.
Ela disse isso com os olhos no horizonte. Sabia que não permitiria que a ômega fosse tratada com nada menos que respeito. Ela se lembrou de Jokaste seguindo pelo mármore frio em sua direção nos banhos dos escravos. Ela podia ver a mão dela no ataque à aldeia, na incriminação de Makedon.
- Ninguém deve falar com ela. Ninguém deve entrar em sua cela. Deixe-a confortável, mas não permita que ela tenha influência sobre nenhum alfa. - Lauren não era mais uma tola. Conhecia as habilidades dela. - Ponha seus melhores soldados à porta dela, seus alfas mais leais, e escolha-os entre aqueles que não têm muito gosto por ômegas fêmeas.
- Vou postar Pallas e Lydos. - Nikandros assentiu e foi cumprir sua ordem.
Familiar com a guerra, Lauren sabia o que viria em seguida, mas ainda sentiu uma satisfação amarga quando o primeiro aviso das torres de vigia começou a soar, todo o sistema de alerta ganhando vida: trombetas ressoando nas torres internas e seus alfas gritando ordens, assumindo posições nas muralhas, saindo para os portões principais. Bem no horário.
Meniados tinha fugido. Lauren tinha controle tanto de seu forte quanto de uma poderosa prisioneira política. E ela e seus exércitos estavam a caminho do sul.
Os mensageiros do regente tinham chegado a Karthas.• • •
Ela sabia o que olhos veretianos viam quando olhavam para ela: uma bárbara em esplendor selvagem.
Ela nada fez para minimizar essa impressão. Estava sentada no trono de armadura, seus braços pesados com músculos expostos. Ela observou o mensageiro do regente entrar no salão.
Camila estava sentada ao seu lado em um trono idêntico. Lauren deixou que o mensageiro do regente as visse - realeza flanqueada por soldados akielons em armadura de guerra feita para matar. Ela deixou que ele observasse o salão de pedras nuas daquele forte provinciano, cheio de lanças de soldados, onde a matadora akielon do príncipe estava sentada ao lado da princesa veretiana sobre o tablado, vestindo o mesmo couro cru de seus soldados.
Ela deixou que ele visse Camila também, deixou que visse a imagem que elas apresentavam: a realeza unida. Camila era a única veretiana em um salão cheio de akielons. Lauren gostou disso. Gostou de ter Camila ao seu lado, gostou de deixar que o mensageiro do regente visse que Camila tinha Akielos do seu lado - que tinha Lakurean de Akielos, agora em sua arena de guerra favorita.
O mensageiro estava acompanhado por um grupo de seis, quatro guardas cerimoniais e dois dignitários veretianos. Andar por um salão de akielons armados os deixou nervosos, embora eles se aproximassem do trono com insolência, sem dobrar os joelhos. O mensageiro parou nos degraus do tablado e olhou Lauren nos olhos, com arrogância.
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Alfa Cativa
Fiksi PenggemarLauren é uma heroina para o seu povo e a legítima herdeira do trono de Akielos. Mas, depois da morte do pai, seu meio-irmão toma o poder e a vende como escravizada. A alfa guerreira, então, é obrigada a servir Camila, a ômega e princesa da poderosa...