Alfa Cativa

O Palácio de Verão

Lauren saiu de seu cavalo com facilidade. Recém-conquistada facilmente. O momento em que suas botas tocaram a terra ela sentiu a vibração nela. A última vez que ela esteve aqui - dezenove anos, uma jovem - foi um tempo de caçadas exuberantes, esportes empolgantes durante o dia, roupas de cama remexidas à noite, derrubando um ômega escravo ou um ômega jovem, empurrado com a ansiedade da juventude.

Ela a encontrou exatamente como se lembrava, desmontando no quadrilátero com bordas de flores. O perfume da flor, do ar alto e límpido, dos óleos doces e da terra delicada, todos combinados, aqui onde as águas rasas levam à primeira das entradas e ao primeiro dos arcos de galhos que levam aos jardins.

Agora Lauren sentiu o conjunto brilhante e inebriante de novos desejos que a fizeram romper com sua comitiva real nas últimas milhas, incentivando seu cavalo a galopar à frente sozinha como ela desejava -
como ela tão alegremente desejava.

Ela jogou as rédeas para um servo, disseram-lhe:

— Pela entrada leste — e passou por entre os galhos de murta pendurados nos caminhos que levavam às bandeiras de mármore, a um jardim com sacada onde uma figura estava olhando. No horizonte, o mar era uma visão repentina e aberta, imensa e azul.

Lauren olhou também - apenas uma coisa: a brisa brincando com longas mechas de cabelo castanho, nos membros frios e bronzeados em um vestido de algodão branco. Ela sentiu sua própria felicidade crescente, a velocidade do seu pulso. Uma parte dela, absurdamente, se perguntava como seria recebida: a ansiedade vibrante e agradável de uma nova amante. Também era bom apenas olhar, vê-la quando ela pensava que não estava sendo observada, mesmo quando a voz familiar falava de uma maneira precisa e firme.

— Diga-me assim que a Alfa Suprema se aproximar, quero ser informada imediatamente.

Lauren sentiu uma alegria crescente.

— Não é um servo.

Camila se virou.

Ela estava de pé diante da vista. A brisa que brincava com seus cabelos também brincava com a bainha de seu vestido. Camila usava um que ia até o meio da coxa, que era a moda para as jovens. Em Ios, ela usava apenas roupas de Veretianas, talvez um testemunho de sua pele exuberante que não escurecia, ficando apenas mais dourada e depois avermelhada. Essa versão excitante dela era nova e maravilhosa. Ela não usava roupas Akielon desde… a Reunião dos Alfas Supremos e o julgamento que se seguiu, dois dias e duas noites na mesma roupa esfarrapada, dormindo com ela, mesmo depois de se ajoelhar ao lado de Lauren, até que estivesse molhada com o sangue de Lauren.

— Eu estava olhando a estrada.

— Olá — disse Lauren.

Atrás de Camila, o vislumbre da costa, onde a chegada da grande comitiva de Lauren teria sido vista, mas sua abordagem não, que era a de uma única pessoa a cavalo, um pontinho em uma rota mais rápida. As bochechas de Camila estavam ligeiramente coradas, embora não estivesse claro se era do calor do verão ou de sua chegada.

Era extremamente impraticável estar aqui. Camila ainda não havia alcançado sua ascensão, e Akielos tinha um governo instável, seus funcionários kyroi e o palácio recém-nomeados depois de um período daqueles que tiveram envolvimento na traição de Kristopher. No palácio de Ios, elas haviam reunido momentos como amantes ilícitas, ao nascer do sol, ao entardecer, nos jardins, no quarto, as manhãs com Camila docemente em cima dela. Às vezes parecia surreal: a maravilha do que havia de novo entre elas era contra a seriedade de seus dias, a dificuldade dessas decisões iniciais.

Era assim agora.

— Olá — disse Camila, e Lauren não pôde evitar o sentimento de quão perto elas estavam de não ter isso. — Já faz muito tempo, eu esqueci como. Lembre-me.