Capítulo trinta e quatro

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O quarto onde jazia América estava silencioso. Ela tinha sido levada de sua suíte para uma cela menor e deitada em pedra com o corpo coberto por linho fino. Dezenove anos, pensou Lauren, silenciosa.

Lá fora, Ravenel estava se preparando para a guerra.

Era uma empreitada que tomava todo o forte, da armaria aos armazéns. Tudo começara quando Camila tinha se virado da mesa arruinada e dito:

- Preparem os cavalos. Nós vamos para Charcy. - Ela havia tirado a mão de Lauren de seu braço quando Lauren tentou detê-la.

Lauren tentara acompanhar e tinha sido impedida. Camila passara uma hora dando ordens breves, e Lauren não conseguira se aproximar. Depois disso, Camila se retirara para seus aposentos, e as portas se fecharam com firmeza às suas costas.

Quando um criado chegara à entrada, Lauren o deteve com o próprio corpo.

- Não - disse ela. - Ninguém entra.

Ela postara uma guarda de dois alfas à porta com as mesmas ordens, e mandara evacuar e isolar a área - como tinha feito antes, na torre. Quando estava certa de que Camila tinha privacidade suficiente, ela saíra para aprender tudo para que pudesse sobre Charcy. O que descobriu fez com que sentisse um nó no estômago.

Localizada entre Fortaine e as rotas comerciais do norte, Charcy estava perfeitamente posicionada para que duas forças emboscassem uma terceira. Havia uma razão para o regente estar tentando fazer com que Camila saísse de seu forte: Charcy era uma armadilha mortal.

Lauren afastara os mapas, frustrada. Isso tinha sido duas horas atrás.

Agora ela estava no silêncio daquele pequeno quarto semelhante à cela de pedras grossas que abrigava América. Ela ergueu os olhos para Jord, que a havia chamado.

- Você é amante dela - disse Jord.

- Eu fui. - Ela devia a verdade a Jord. - Nós... foi a primeira vez. Ontem à noite.

- Então você contou a ela.

Ela não respondeu, e o silêncio falou por ela. Jord soltou o ar, então Lauren falou:

- Eu não sou América.

- Já se perguntou qual seria a sensação de descobrir que você deu para a assassina de seu irmão? - Jord olhou ao redor do pequeno aposento. Ele olhou para o lugar onde jazia América. - Acho que a sensação seria essa.

Espontaneamente, palavras recordadas surgiram em seu interior. Eu não me importo. Esta noite você ainda é minha escrava. Lauren fechou os olhos com força.

- Eu não era Lakurean ontem à noite. Eu era apenas...

- Apenas uma alfa? - disse Jord. - Você acha que América pensava isso? Que havia duas dela? Porque não havia. Sempre houve apenas uma, e veja o que aconteceu com ela.

Lauren estava em silêncio.

- O que você vai fazer?

- Não sei - disse Jord.

- Você vai deixar o serviço dela?

Dessa vez foi Jord quem ficou em silêncio.

- Alguém precisa dizer a Camila para não enfrentar as tropas do tio em Charcy.

- Você acha que ela vai me dar ouvidos? - perguntou Jord com amargura.

- Não - disse Lauren. Ela pensou naquelas portas fechadas e falou com toda a honestidade. - Eu acho que ela não vai dar ouvidos a ninguém.

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Ela parou diante das portas duplas e dos dois soldados que a flanqueavam e olhou para a madeira de painéis pesados, resolutamente fechada.

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