O clima estava tenso quando eles voltaram. Os alfas estavam nervosos, cercados pelos estandartes do regente. Uma hora não era tempo nenhum para fazer preparativos. Ninguém gostou disso. Eles soltaram as carroças, liberaram os criados e os cavalos extras. Eles se armaram e pegaram escudos. Os ômegas vaskianos, cuja lealdade era vacilante, se retiraram com as carroças, menos duas que permaneceram, sabendo que ficariam com os cavalos de qualquer alfa que matassem.
- A Regência - disse Camila, dirigindo-se à tropa - pensou em nos pegar em inferioridade numérica. Ela esperava que cedêssemos sem luta.
Lauren disse:
- Não vamos deixar que eles nos intimidem, nos subjuguem ou nos derrotem. Cavalguem com força. Não parem para lutar contra a linha de frente. Nós vamos rompê-la. Estamos aqui para lutar por nossa princesa!
O grito ecoou: Pela princesa! Os alfas seguraram suas espadas, baixaram seus visores, e o som que fizeram foi um urro.
Lauren galopou por toda a extensão da tropa e deu a ordem, e a coluna em movimento mudou de formação com suas palavras. Os dias de relaxamento e demora estavam no passado. Os alfas eram novatos e não tinham sido testados, mas, por trás deles, agora, havia meio verão de treinamento contínuo, juntos.
Jord se aproximou dela e disse:
- Aconteça o que acontecer comigo depois, eu quero lutar.
Lauren assentiu com a cabeça. Em seguida, se virou e deixou que os olhos passassem brevemente pelas tropas de Touars.
Ela entendia a primeira verdade da batalha: soldados venciam lutas. Onde não havia vantagem numérica, era essencial que a qualidade das tropas fosse melhor. As ordens dadas pelo capitão nada significavam se os alfas hesitassem em sua execução.
Eles tinham, inquestionavelmente, a vantagem tática. A linha de frente de Touars estava diante de Camila, mas ela estava flanqueada pelos patranos: ao avançar, a formação de Touars teria de fazer uma curva e criar uma segunda frente de batalha, na direção dos patranos, ou ser rapidamente derrotada.
Mas os alfas de Touars eram uma força veterana treinados em manobras de grande escala; e ali havia mais cabeças prateadas reunidas do que Lauren estava acostumada a ver. Se dividir no campo para enfrentar duas frentes seria algo que aqueles alfas saberiam fazer muito bem. Eles tinha a força e a velocidade necessária.
Os alfas de Camila não eram capazes para trabalho de campo complexo. O segredo, então, era não os estender mais do que o necessário, mas se concentrar no trabalho de linha, a única coisa que eles tinham treinado incessantemente, a única coisa que eles sabiam fazer. Eles deviam romper as fileiras de Touars ou aquela batalha estava perdida, e Camila seria derrotada pelo tio.
Ela reconheceu, em si mesma, que estava com raiva, e que isso tinha menos a ver com a traição de América do que com o regente - os rumores maliciosos que ele empregava, distorcendo a verdade, distorcendo alfas, enquanto ele mesmo permanecia puro e intocado mandando seus alfas lutarem contra sua própria princesa.
As fileiras iriam se romper. Ela iria garantir isso.
O cavalo de Camila se aproximou do seu; em torno delas havia o cheiro de plantas e grama amassada que logo iria se transformar em outra coisa. Camila ficou em silêncio por um longo momento antes de falar.
- Os alfas de Touars estarão menos unificados do que parecem. Por mais que meu tio tenha espalhado rumores sobre mim, o estandarte de estrela significa alguma coisa aqui na fronteira.
Ela não disse o nome do irmão. Ela estava ali para assumir um lugar na linha de frente, onde o irmão sempre lutara, só que, diferentemente do irmão, estava avançando para matar seu próprio povo.
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Alfa Cativa
FanfictionLauren é uma heroina para o seu povo e a legítima herdeira do trono de Akielos. Mas, depois da morte do pai, seu meio-irmão toma o poder e a vende como escravizada. A alfa guerreira, então, é obrigada a servir Camila, a ômega e princesa da poderosa...