Capítulo trinta e cinco

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- Lakurean.

Lauren estava parada na base dos degraus do tablado enquanto seu nome se espalhava em tons de choque e descrença pelo pátio. Nikandros se ajoelhou diante dela; seu exército se ajoelhou diante dela. Era como voltar para casa, até que seu nome, propagando-se em ondas pelas fileiras dos soldados akielons reunidos, atingiu o povo veretiano que se aglomerava nas bordas do espaço, onde mudou.

O choque foi diferente, um choque duplo, um impacto ondulante de raiva e alarme. Lauren ouviu o primeiro protesto, a difusão da violência, uma nova expressão nas bocas da multidão agora:

- A assassina do príncipe.

O silvo de uma pedra arremessada. Nikandros se ergueu, sacando a espada. Lauren ergueu a mão. O gesto deteve Nikandros instantaneamente, sua espada mostrando 15 centímetros de aço akielon.

Ela podia ver a confusão no rosto de Nikandros enquanto o pátio ao redor deles começava a se desintegrar.

- Lakurean?

- Ordene a seus alfas que se contenham - disse Lauren, então o som pronunciado de aço ao seu lado a fez girar rápido.

Um soldado veretiano de capacete cinza tinha sacado a espada e estava olhando fixamente para Lauren como se estivesse diante de seu pior pesadelo. Era Huet; Lauren reconheceu o rosto branco sob o capacete. Huet brandia a espada a sua frente do jeito que Jord segurara a faca: com duas mãos trêmulas.

- Lakurean? - perguntou Huet.

- Contenham-se! - ordenou Lauren outra vez, gritando para ser ouvida acima da multidão, acima do novo grito rouco em akielon:

- Traição! - Era morte sacar uma arma para um membro da família real akielon.

Ela ainda estava contendo Nikandros com a mão estendida, mas podia sentir cada tendão no outro se retesar em seu esforço para se manter no lugar.

Agora havia gritos furiosos, o perímetro fino se rompendo enquanto a multidão em pânico se agitava com a necessidade de fugir, de sair do caminho do exército de Akielon. Ou de atacá-lo. Ela viu Guymar examinar o pátio, o medo nítido em seus olhos. Soldados podiam ver o que uma multidão de camponeses não podia: que a força akielon dentro dos muros - dentro dos muros - superava os números da esquelética guarnição veretiana em uma proporção de quinze para um.

Outra espada foi sacada junto à de Huet, essa por um soldado veretiano horrorizado. Raiva e incredulidade estavam nítidas no rosto de alguns guardas veretianos; no de outros havia medo, enquanto olhavam uns para os outros à procura de orientação.

E, no primeiro rompimento do perímetro, com o frenesi da multidão crescendo sem parar e os guardas veretianos não mais completamente sob seu controle, Lauren viu como havia subestimado o efeito de sua identidade sobre os alfas e ômegas do forte.

Lakurean, a matadora do príncipe.

Sua mente, acostumada a tomar decisões no campo de batalha, avaliou a extensão do pátio e fez a escolha de uma comandante: minimizar as perdas, limitar o derramamento de sangue e o caos e controlar Ravenel. Os guardas veretianos estavam além de suas ordens, e o povo veretiano... Se aquelas emoções amargas e furiosas podiam ser aplacadas entre eles, não seria Lauren quem faria isso.

Havia apenas um jeito de impedir o que estava prestes a acontecer, e era conter a situação, controlar aquele lugar de uma vez por todas.

Lauren disse para Nikandros:

- Tome o forte.

• • •

Lauren seguiu pela passagem, flanqueada por seis guardas akielons. Vozes akielons ecoavam nos corredores e bandeiras akielons vermelhas tremulavam sobre Ravanel. Os alfas akielons dos dois lados da porta bateram os calcanhares quando ela passou.

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