Capítulo trinta e um

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Abruptamente separadas, Lauren parou à frente de Camila em uma das ilhas de luz onde as tochas ardiam em intervalos. As ameias se estendiam longamente para os dois lados, e Jord, a alguns metros de distância, foi detido em sua aproximação.

- Eu ordenei que o lugar fosse esvaziado - disse Lauren. Jord estava se intrometendo. Em casa, em Akielos, ela precisaria apenas tirar os olhos do que estava fazendo e ordenar: Deixe-nos, e a intromissão iria embora. E ela poderia voltar ao que estava fazendo.

Ao que gloriosamente estava fazendo. Ela estava beijando Camila, e isso não devia ser interrompido. Seus olhos se voltaram quentes e possessivos para seu objeto: Camila parecia com qualquer jovem ômega que tivesse sido beijada contra uma ameia. Os longos cabelos despenteados deslizando pelas constelas de Camila era maravilhoso.

- Não estou aqui por você - disse Jord.

- Então diga a que veio e saia.

- Meu assunto é com a princesa.

Sua mão estivera ali, e subira pelos cabelos castanhos, macio e quente. Interrompido, o beijo estava vivo entre elas, em olhos escuros e pulsações. Sua atenção se voltou outra vez para o intruso. A ameaça que Jord representava para ela era eletrizante. O que tinha acontecido não ia ser ameaçado por nada nem ninguém.

Camila se afastou do muro.

- Veio aqui para me alertar dos riscos de tomar decisões de comando na cama? - perguntou Camila.

Houve um silêncio breve, espetacular. O flamejar das tochas e o vento atingindo a parede estavam muito altos. Jord estava imóvel.

- Alguma coisa a dizer? - insistiu Camila.

Jord estava evitando se aproximar delas. Havia a mesma aversão persistente em sua voz.

- Não com ela aqui.

- Ela é sua capitã - disse Camila.

- Ela sabe muito bem que devia ir.

- Enquanto comparamos observações sobre foder com o inimigo? - disse Camila.

Esse silêncio foi pior. Lauren sentiu a distância entre ela e Camila com todo o seu corpo, quatro passos infinitos pelas muralhas.

- Então? - disse Camila.

Os olhos de Jord se voltaram para Lauren, cheios de raiva. Jord não disse: Mas ela é Lakurean de Akielos, embora parecesse ter chegado ao limite absoluto de repulsa com o que acabara de ver, e o silêncio se estendeu, denso e tangível com o que havia por baixo.

Lauren deu um passo à frente.

- Talvez...

Mais sons na escada, as batidas de passos urgentes. Jord se virou. Guymar e outro soldado estavam chegando à área que ela mandara isolar. Lauren passou a mão pelo rosto. Todo mundo no forte estava chegando à área que ela mandara esvaziar.

- Capitã, peço desculpas por desobedecer a suas ordens. Mas há uma situação em andamento lá embaixo.

- Uma situação?

- Um grupo de alfas botou na cabeça a ideia de brincar com um dos prisioneiros.

O mundo não ia embora. O mundo invasivo estava voltando com suas preocupações, as questões de disciplina, os mecanismos do posto de capitã.

- Os prisioneiros devem ser bem tratados - disse Lauren. - Se alguns alfas beberam demais, vocês sabem como detê-los. Minhas ordens foram claras.

Houve hesitação. Guymar era um dos alfas de Enguerran, um soldado de carreira, educado e profissional. Lauren o promovera exatamente por essas qualidades.

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