Abruptamente separadas, Lauren parou à frente de Camila em uma das ilhas de luz onde as tochas ardiam em intervalos. As ameias se estendiam longamente para os dois lados, e Jord, a alguns metros de distância, foi detido em sua aproximação.
- Eu ordenei que o lugar fosse esvaziado - disse Lauren. Jord estava se intrometendo. Em casa, em Akielos, ela precisaria apenas tirar os olhos do que estava fazendo e ordenar: Deixe-nos, e a intromissão iria embora. E ela poderia voltar ao que estava fazendo.
Ao que gloriosamente estava fazendo. Ela estava beijando Camila, e isso não devia ser interrompido. Seus olhos se voltaram quentes e possessivos para seu objeto: Camila parecia com qualquer jovem ômega que tivesse sido beijada contra uma ameia. Os longos cabelos despenteados deslizando pelas constelas de Camila era maravilhoso.
- Não estou aqui por você - disse Jord.
- Então diga a que veio e saia.
- Meu assunto é com a princesa.
Sua mão estivera ali, e subira pelos cabelos castanhos, macio e quente. Interrompido, o beijo estava vivo entre elas, em olhos escuros e pulsações. Sua atenção se voltou outra vez para o intruso. A ameaça que Jord representava para ela era eletrizante. O que tinha acontecido não ia ser ameaçado por nada nem ninguém.
Camila se afastou do muro.
- Veio aqui para me alertar dos riscos de tomar decisões de comando na cama? - perguntou Camila.
Houve um silêncio breve, espetacular. O flamejar das tochas e o vento atingindo a parede estavam muito altos. Jord estava imóvel.
- Alguma coisa a dizer? - insistiu Camila.
Jord estava evitando se aproximar delas. Havia a mesma aversão persistente em sua voz.
- Não com ela aqui.
- Ela é sua capitã - disse Camila.
- Ela sabe muito bem que devia ir.
- Enquanto comparamos observações sobre foder com o inimigo? - disse Camila.
Esse silêncio foi pior. Lauren sentiu a distância entre ela e Camila com todo o seu corpo, quatro passos infinitos pelas muralhas.
- Então? - disse Camila.
Os olhos de Jord se voltaram para Lauren, cheios de raiva. Jord não disse: Mas ela é Lakurean de Akielos, embora parecesse ter chegado ao limite absoluto de repulsa com o que acabara de ver, e o silêncio se estendeu, denso e tangível com o que havia por baixo.
Lauren deu um passo à frente.
- Talvez...
Mais sons na escada, as batidas de passos urgentes. Jord se virou. Guymar e outro soldado estavam chegando à área que ela mandara isolar. Lauren passou a mão pelo rosto. Todo mundo no forte estava chegando à área que ela mandara esvaziar.
- Capitã, peço desculpas por desobedecer a suas ordens. Mas há uma situação em andamento lá embaixo.
- Uma situação?
- Um grupo de alfas botou na cabeça a ideia de brincar com um dos prisioneiros.
O mundo não ia embora. O mundo invasivo estava voltando com suas preocupações, as questões de disciplina, os mecanismos do posto de capitã.
- Os prisioneiros devem ser bem tratados - disse Lauren. - Se alguns alfas beberam demais, vocês sabem como detê-los. Minhas ordens foram claras.
Houve hesitação. Guymar era um dos alfas de Enguerran, um soldado de carreira, educado e profissional. Lauren o promovera exatamente por essas qualidades.
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Alfa Cativa
FanfictionLauren é uma heroina para o seu povo e a legítima herdeira do trono de Akielos. Mas, depois da morte do pai, seu meio-irmão toma o poder e a vende como escravizada. A alfa guerreira, então, é obrigada a servir Camila, a ômega e princesa da poderosa...