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— Amber? Está pronta? — pergunta, a figura de cabelos pretos atrás de mim.

Passo a mão pela última vez no vestido preto colado em meu corpo, antes de me virar.

— só vou calçar o salto — falo e me sento sobre a cama de lençóis brancos.

Meus pais haviam pedido para que me buscassem no internato, e me levarem para o local onde seria a grande festa.

E aqui estou eu, em um dos quartos de um salão enorme. Há funcionários andando para lá e para cá, tentando deixar tudo em ordem antes dos convidados chegarem.

— pronto — me levanto da cama e tento me acostumar com o salto alto.

— está linda! — minha mãe fala, se aproximando com um colar delicado nas mãos. — esse colar era da sua vó — diz, colocando meu cabelo para o lado.

Não falei nada, apenas olhei para baixo, para conseguir ver o pingente simples e delicado.

— é lindo — passo a mão por cima do pingente dourado.

— vamos? Acho que quase todos os convidados chegaram — fala, olhando pela janela, que dava para ver quem entrava e saia do lugar.

Balancei a cabeça em concordância e puxei um pouco o tecido do vestido para cima, para conseguir andar. Minha mãe abriu a porta do quarto e saiu na frente, me deixando sozinha no imenso corredor.

Andei com calma até a escada que estava enfeitada com algumas flores brancas e vermelhas. De longe, da para ouvir murmuros de conversas.

— cabeça erguida e postura ereta, Amber — a mulher de cabelos pretos se aproximou. Seu jeito mudou completamente comigo, mas ainda sim suas regras não deixaram de existir.

Fiz o que ela mandou e logo ela entrelaçou o braço no meu. Me puxou com cuidado até finalmente estarmos em frente a todos presentes no salão.

Engoli seco e senti minhas mãos soarem quando as conversas pararam e os olhares focaram nós.

Postura ereta e cabeça erguida.., repeti para mim mesma.

Começamos a descer as escadas e todos se levantaram, como se tivessem prestes a se curvar para uma rainha.

Olhei para o último degrau e vi meu pai se aproximar, com seu terno preto perfeitamente passado, sem nenhum amassado.

— está linda, minha filha — pegou minha mão e a beijou.

𝑷𝑶𝑹 𝑻𝑹𝑨𝑺 𝑫𝑨𝑺 𝑺𝑶𝑴𝑩𝑹𝑨𝑺 | Sadie SinkOnde histórias criam vida. Descubra agora