VINTE E OITO

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Luzes mágicas se acendem sobre a minha cabeça.

Encostada na parede do lado esquerdo há uma longa mesa coberta de armas e acima dela há uma placa com uma frase de aviso para que eu escolhesse apenas um objeto.

A faca que Ciro havia disponibilizado a todos os competidores está em cima de uma almofada vermelha em um bloco de madeira. Eu a seguro e ela cintila sobre a luz do teto.

Agora quanto a arma extra eu preciso de algo para me proteger já que não tenho acesso a uma poção de cura. Vasculho a mesa e encontro um escudo redondo grande, eu o observo de perto. Do lado dele há uma couraça maleável preta de um material grosso que capta minha atenção.

Ela cintila assim como a faca e parece muito com a roupa de Ofélia, a de escamas, que ela usa para treinar. Meus dedos passam por cima do tecido e tenho uma ideia.

Pego a faca de Ciro e passo nela. Não rasga. Ela nem sequer sofre marca alguma. Tento esticar a peça (o máximo que ela permite) e enfio a faca com força. Nada. O material é duro como uma casca de árvore.

Nesse momento, enquanto testo o tecido com as diferentes armas da mesa, um barulho vindo de fora me desperta. São gritos de animação da plateia. Felipe deve ter entrado em campo.

Tenho que escolher.

É isso. Pego a roupa protetora e ponho por cima da minha blusa. Fico alguns segundos parada no limite entre a luz e a escuridão que me separa do campo de batalha. Ainda não estou com o colar do timer, mas imagino que assim que passar pelo limite ele será colocado em mim.

De todos os momentos da minha vida esse definitivamente é um dos mais assustadores.

De todos os momentos da minha vida esse definitivamente é um dos mais assustadores

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O barulho dos Versenianos chega aos meus ouvidos. Não são tantos quanto achei que seriam, mas há definitivamente vários de todos os lugares de Duvia. Abriram as portas do estádio para quem quisesse assistir a atração principal. Eu.

Um grito ressoa, como uma explosão, e uma batida de tambor alto se inicia. Um dos acompanhantes de Ciro vem até a mim e faz sinal para que eu vire de costas enquanto ele segura o colar.

— Como quer que eu coloque?

— O tempo virado para trás — digo.

— Certo.

Ele posiciona o objeto e há algum tipo de senha que digita por alguns segundos. O colar está gelado e sinto um arrepio percorrer minhas costas quando um bipe soa.

Estou liberada para a luta.

Felipe está do outro lado do estádio levantando os braços para a plateia como se fosse famoso enquanto sua outra mão segura uma espada. Ele escolheu outra arma de ataque além da faca.

Engulo em seco.

Não parece ter dificuldades de segurá-la, porém a ponta está escorada no chão e eu sei que isso alivia o peso dela. Me aproximo do meio do campo e sinto o sol esquentando em minha cabeça. Irei ter que conviver com esse fato ou morrerei por falta de atenção no que realmente é importante agora. Lutar.

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