Ando ao lado de Orlean em silêncio. Ao menos é como sinto que devia me portar, apesar de não ter ninguém ao redor. Era a primeira vez que eu o via direito e estávamos sozinhos.
Orlean se mantem assim, quieto, até o último lance de escada, onde ele para encarando algum ponto abaixo.
— Está tudo bem? — pergunto.
Minha mão agarra a borda do meu vestido azul. O tecido é macio e de algodão.
— Mais ou menos — ele responde — Eu lhe desejei um bom dia em Duvia quando nos conhecemos e tudo de ruim aconteceu com você logo depois.
— Você não tinha como saber.
Ele reinicia os passos terminando de descer os degraus e eu me coloco ao seu lado.
O que foi isso?
— Mesmo assim. — Orlean está cabisbaixo. Eu nem consigo ler sua expressão.
— Está tudo bem — Eu nem entendo a causa de toda essa tristeza. Não era como se ele fosse culpado por tudo o que aconteceu comigo. Pelo contrário. — Você, na verdade, ajudou a minha vida a ficar mais suportável aqui. E ainda acredita em mim. Que eu não sou uma espiã, né?
Orlean olha rapidamente para mim e desvia o rosto. Oh.
— Eu sei que devia acreditar no Conselho. E em todos. É o mais certo a se fazer.
— Mas...? — estou um tanto mais aliviada.
— Mas você parecia tão perdida na frente da Taverna, como um cavalo que fugiu dos estábulos e parou na cidade vizinha. Seria impossível para mim não acreditar em você.
— Obrigada pelo voto de confiança.
— Porém, eu tenho algumas teorias do que aconteceu naquele dia.
Eu devia falar a ele sobre o portal? Achei que ele soubesse visto que nem o nome de Versen eu sabia... Bem... O quão louco seria eu não ser de lá? Acho que nenhuma mente sã (mesmo sendo de Versen) acharia possível.
— Adoraria ouvi-las. Só espero que não sejam estilo Soldado Invernal.
— Como? — ele semicerrou os olhos.
— Nada.
— Enfim... Está tudo no bilhete sobre o nosso encontro. Só não posso falar nada agora porque tem muita gente em volta.
E tinha mesmo. Soldados andando pelos corredores, cozinheiros e pessoas da limpeza por todos os cantos daquela base militar.
— Eu soube que vai ter os Jogos Nacionais. — comento desviando um pouco do assunto, mas para algo que ainda gostaria de mais informações.
Orlean dá um leve sorriso.
— A senhorita anda informada. Se fosse uma espiã estaria fazendo um trabalho formidável.
— Se eu for sincera, os cozinheiros são muito falantes. Não importa onde vocês me coloquem, eu sempre consigo as informações que busco.
Ele levanta uma sobrancelha.
— Vou informar o conselho para que coloquem outro guarda na sua porta — ele brinca.
— Muito engraçado — faço uma careta — Será que podem trocar o que já está lá? Ele é muito chato.
Orlean toca em sua trança tirando ela dos ombros.
— Não gosta de Moriar? Foi eu mesmo que o solicitei.
Abro a boca em choque.
— Você? Não acredito.
— O que ele fez? — dobramos um corredor.
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O Portal para Versen
ФэнтезиAlissa Ribeiro trabalha como funcionária numa das maiores redes de fast food de sua região. Entediada com a vida rotineira e sendo sempre alvo de provocações de um de seus colegas de trabalho, Alissa se incomoda com a falta de perspectiva de uma vi...