Gringo
Arrastei o carro pra casa, to pronto pra terminar com essa palhaçada do caralho.
Fui sincero em tudo o que eu disse pra Maria, eu realmente não lembrava da Luna. Não foi por ser filho da puta ou sem caráter, mas eu perco minha sanidade quando to perto daquela mulher, quando eu tava com ela, nem lembrei que a Luna existia.
E ela não merece po, eu sei que não merece. Nunca tinha acontecido, eu nunca nem olhei pra outra mulher com segundas intenções desde que começamos a namorar.
Mas quando se trata da perigosa, o bagulho muda de nível, é acima de mim, acima do que eu posso controlar.
Parei o carro e saí, fui direto pra casa. Entrei vendo ela e minha mãe sentadas assistindo algo na televisão.
Luna: já voltou?
Gringo: é, preciso falar contigoCaminhei na direção do quarto e esperei ela entrar também pra fechar a porta.
Luna: o que foi vida? você anda tão estranho desde que a gente chegou no Brasil
Gringo: eu não queria tá fazendo isso contigo, porque tu é uma mina foda pra caralho, mas se eu não fizer, eu vou tá traindo a mim mesmo
Luna: do que você tá falando Gringo?
Gringo: eu e tu acabou, não tem mais namoro
Luna: o quê? - Seus olhos encheram de lágrimas.
Gringo: isso que tu ouviu, eu não posso mais sustentar isso
Luna: por que você tá fazendo isso comigo?
Gringo: porque tu merece coisa melhor Luna
Luna: mas é de você que eu gosto
Gringo: só que não recíproco e você sabe, sempre soube, tenho consideração pela pela pessoa que você é, mas eu não te amo como mulher
Luna: por favor não faz isso comigoEla sentou na cama tentando controlar o choro, mas não demorou começar a soluçar.
Luna: por favor Gringo, você é tudo pra mim
Sentei na cama do lado dela e a puxei pra um abraço.
Gringo: vai ficar tudo suave, vou te dar toda assistência Luna
Luna: eu não to falando de dinheiro, é você que importa pra mim
Gringo: não complica o bagulho
Luna: é por causa dela não é? a garota que você sempre falou
Gringo: quer sinceridade? - Ela assentiu. - é por causa dela sim, é ela que eu amo pra caralhoLuna levantou da cama e abriu a porta apontando pra fora.
Luna: me deixa
Gringo: eu só...
Luna: SAI DAQUI AGORA - Gritou.Não contestei, apenas saí do quarto e em seguida ouvi a porta bater alto.
Lica: o que você fez pra menina?
Gringo: fui sincero
Lica: eu ouvi o choro dela
Gringo: não queria fazer ela chorar não
Lica: você encontrou a Maria não foi?
Gringo: tá trabalhando com vidência agora? - Ela sorriu. - mas foi isso mesmo
Lica: eu imaginei que isso iria acontecer mais cedo ou mais tarde, a ligação que vocês tem um com o outro é muito forte
Gringo: pra caralho, por isso eu terminei com a Luna
Lica: fez bem, ela não merece estar com alguém que não a ama de verdade
Gringo: e a perigosa não quer nem olhar na minha cara
Lica: alguma coisa você fez
Gringo: fiz, mas vou deixar ela pensar que to calminho, amanhã vou atrás
Lica: deixa a menina em paz
Gringo: deixo nada, minha mulher poAna
Saí do escritório indo direto pra casa, marquei de encontrar o Andrade lá pra gente conversar, já que não corre o risco do Ret aparecer, pois a resenha dele ainda tá rolando.
Entrei em casa, deixei a bolsa no sofá e fui conferir se estava realmente sozinha.
A Maria e o Theo não haviam voltado ainda e eu agradeci mentalmente por isso.
Eu to tão confusa, mas feliz ao mesmo tempo. É tão bom saber que o Ret tá vivo, que agora o Theo vai poder conviver com o pai, isso me deixa tão bem. Só que o Ret de volta na minha vida traz outras tantas emoções que mal consigo enumerar cada uma delas.
Sou apaixonada por aquele homem desde o nosso primeiro momento. E não é porque ele morreu que o amor foi embora, ele ainda morava bem aqui no meu coração.
Nem mesmo me envolvendo com o Andrade esse amor deixou de existir.
O Andrade é uma pessoa incrível que eu me permiti conhecer e relacionar, e foi tão bom desde o início. Não é amor e nem sei se um dia seria, porque eu não posso fazer isso com ele, ficar divida entre ele e outro alguém.
Até porque, eu sei exatamente quem escolheria.
Ouvi as batidas na porta e caminhei até ela, abri e sorri pro Andrade que estava segurando um buquê de flores.
Ana: é pra mim?
Andrade: claro - Me entregou.
Ana: são lindasEle passou pela porta e eu a fechei em seguida. Olhei para as flores em minha mão e respirei fundo buscando uma resposta do universo do que devia fazer.
Ana: muito obrigada pelas flores
Andrade: não foi nada
Ana: acho que as coisas ficaram bem confusas ontem
Andrade: muito, eu nem consegui pensar direito, o seu marido que morreu, voltou
Ana: imagina eu que enterrei ele
Andrade: parece que você não enterrou ninguém
Ana: ainda to tentando entender tudo que aconteceu com o Ret
Andrade: nós estávamos tão bem - Confirmei com a cabeça. - a gente tinha que dar uma chance pra gente Ana, você não acha que a gente merece?
Ana: sim Andrade, claro que a gente merecia uma chance
Andrade: merecia?
Ana: essa volta do Ret é tão complicada
Andrade: não é porque ele voltou que você tenha que voltar com ele Ana
Ana: você não entende
Andrade: o que eu sei é que esse cara já até te traiu, você realmente quer voltar a viver esse relacionamento?
Ana: o que aconteceu entre mim e ele não tem nada haver com você
Andrade: você quer voltar pra um relacionamento que já foi traída? eu te amo de verdade Ana
Ana: acho que o melhor pra gente é se afastar
Andrade: você vai me trocar por aquele bandido?
Ret: falando de mim gravatinha? - Passou pela porta me assustando. - ela não vai te trocar não parceiro, quando se trata de mim, tu não é nem opção
Ana: vai embora Andrade
Andrade: a gente ainda vai conversar
Ret: vai conversar nada gravatinha, agora se manda - Apontou pra porta.Observei o Andrade sair da casa e me sentei no sofá passando as mãos pelo rosto.
Ret: agora sim
Ana: achei que ainda estivesse rolando a resenha
Ret: ainda tá, vim buscar minha mulher
Ana: cadê o Theo?
Ret: ficou com a Maria
Ana: tá
Ret: vamo descer comigo - Senti um beijo no meu pescoço.Ret passou a mão pelo meu braço e me deu outro beijo, me fazendo arrepiar.
Me sinto uma filha da puta por não me sentir mal com o que tá acontecendo entre mim e o Andrade.
Ana: eu não to com cabeça pra resenha agora
Ret: eu fico aqui com você
Ana: não precisa, pode voltar pra lá, eu vou tomar um banhoLevantei do sofá e caminhei pro meu quarto, deixando ele ali parado. Entrei no banheiro, tirei a roupa que estava vestindo e entrei no chuveiro.
Meu banho foi rápido, to tão estressada que a única coisa que eu quero é dormir.
Me enrolei na toalha e saí do banheiro, tendo a visão do Ret deitado na minha cama.
Ana: o que você pensa que tá fazendo?
Ret: sem segundas intenções doutora, só quero deitar contigo e te sentir nos meus braços, posso?Olhei pra feição dele de cachorro carente e me rendi indo pros seus braços.
Ret: não vai jantar?
Ana: to sem fome
Ret: mandei trazer carne assada pra tu
Ana: eu só quero dormirRet beijou o topo da minha cabeça e eu senti ele respirar fundo. Mas nem sei o que aconteceu depois, porque peguei no sono.
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Filha do Tráfico 2
Fanfiction"Carrego a glória e a dor de viver do meu jeito. Obediência é suicídio, prefiro cair do que me curvar. Os loucos românticos sempre riem por último. Eu não ganhei e nem perdi. Eu sou a própria vitória. Enfim, ninguém inveja o ruim, ninguém odeia o fr...