Chapter 41

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HIDDEN NOTE2

POV MIRANDA


Sinto o meu corpo formigando. Lembrei de quando segurei a minha filha pela primeira vez. Ela era muito pequena e manhosa. E a cada vez que eu a pegava nos braços, eu a conhecia um pouco mais. Os nossos olhares se conectaram e tudo que eu mais esperava era que a minha pequena ruivinha entendesse que eu a protegeria do mundo inteiro.

— Mamãe?

Caroline me chama, mas eu não consigo me mexer. Ou mesmo responder. Apenas me sinto inundada por tantas sensações que estou prestes a perder o meu controle.

— O que está acontecendo?

Ouço a voz de Andrea perto de mim, mas apenas consigo olhar para a minha filha usando uma roupa quase militar. Não consigo acreditar nessa realidade obscura.

— Caroline, me escuta.

Minha esposa explica algo para minha filha ou pede alguma explicação para ela. Meu corpo todo está tremendo. Minha face parece estar em chamas. A miha filha...Minha doce e delicada filha, está seguindo para uma missão da qual não consigo compreender a necessidade nesse momento.

Apenas a olho. Apenas absorvo casa minúscula imagem da minha menina com seus quase dezessete anos.

— Mère, eu já me decidi!

— Caroline, você...

— Andrea!

A minha voz finalmente sai e ambas me olham quando interrompo Andrea. Percebo que minha filha tem uma documentação nas mãos mostrando para a minha esposa.

— Eu preciso assinar?

A questiono olhando nos olhos e ela parece surpresa com a minha voz.

— Miranda, precisamos conversar!

Andrea me pede. Pego a documentação das mãos da minha filha e pego a caneta em cima da sua mesinha de estudos. Me sento na cadeira e verifico onde devo assinar. Vejo o maldito emblema dos forças armadas americanas. Ignoro a dor que estou sentindo. A dor por saber que posso estar assinando a sentença de morte da minha própria filha.

— Miranda, não assine antes de nós...

Olho para Andrea e ela para. Andrea sente as minhas reações. Minha esposa me conhece e sabe que nesse momento não tem volta. Nem em minha decisão, nem na decisão da nossa filha.

A minha esposa apenas cruza os braços, me olha por alguns instantes como se tentasse me dissuadir, ou se tentasse desesperadamente uma estratégia para fazer nossa menina desistir das decisões.

Ninguém fala mais nada. O silêncio é apavorante. Apenas nos olhamos por mais alguns instantes e ela treme o queixo quase me dizendo que está sofrendo com o que eu estou prestes a fazer. Sem mais nem menos ela nos dá as costas e sai apressada do quarto. A vejo sair e bater à porta com força.

Volto minha atenção para os papéis enquanto Caroline se mantém em silêncio. Ironicamente assino em sete laudas. O mesmo número que um dia arrancou minhas forças no pesadelo mais pavoroso da minha vida.

E agora estou vivendo um pesadelo acordada. Reúno os papéis já assinados e me levanto.

— Só precisava disso?

A questiono e entrego as documentações para ela. Percebo minha mão tremendo. Ela olha para as folhas e também nota meu tremor. Ela me olha nos olhos quando segura nas mãos a autorização de ir para uma missão louvavelmente humanitária, mas estupidamente arriscada.

HiddenNote 2 - Vivendo um sonho.Onde histórias criam vida. Descubra agora