HiddenNote 2 - Vivendo um sonho.

Chapter 47

HIDDEN NOTE 2

POV LESLIE

Chego a mansão Priestly e vejo Caroline de costas. Ela olha fixamente para a piscina. Os braços para trás e a postura militar que qualquer um poderia identificar. Especialmente eu. Olho-a por alguns instantes e lembro o quanto eu enlouqueci de amores por ela e pela irmã. As duas ruivinhas que estavam sob guarda da mãe. Eram três seres frágeis fugindo dos ataques midiáticos. Me apaixonei por elas quando as vi. As duas estavam com pijamas coloridos e sorrisos travessos, diferente do olhar assustado da mãe.

As ruivinhas me ganharam naquele instante. Foram as primeiras crianças com quem eu tive contato depois dos meus tratamentos terapêuticos pós traumáticos.

— Bom dia, senhorita militar.

Me fiz presente e ela endireitou as costas para logo em seguida se virar para mim.

Obviamente não é a garota que conversou comigo um tempo atrás sobre seu desejo de ingressar uma das carreiras mais perigosas. Há uma nuvem em seu olhar. Há um peso no seu semblante.

— O que você fez?

— Pode ser mais específica?

— Meu oficial me ligou agora. Me disse que estou temporariamente em dispensa.

— Por que acha que eu tive alguma coisa a ver com essa decisão tão precipitada, meu amor?

Falo no tom mais debochado que consigo. Ela parece se enfurecer. A vejo dar alguns passos para perto de mim. Eu sorrio quando vejo sua postura.

— Como se atreveu a se meter na minha vida?

Me aproximo e fico alguns centímetros de distância dela. A vejo tremer o queixo parece estar em conflito por eu desafiá-la.

— Eu vou sempre me atrever. E você? Como se atreve a falar comigo dessa maneira, sua moleca atrevida?

— Não se meta na minha...

— Cala a sua boca. Antes de sermos conhecidas, eu tenho maior patente que você, sua moleca. Atenha-se ao respeito por uma superior. Não é porque um dia eu tenha tido o grande prazer de trocar as suas roupas, quando você vomitou seu suquinho de laranja na saída da montanha russa, que você não me deve respeito.

Caroline engole com dificuldade.

— Você é inferior a mim. Então, se você inventou de ser uma militar cretina, seja ao menos respeitosa à hierarquia.

Ela pisca os olhos algumas vezes e respira pesadamente.

— Está louca para me atacar, não é? Quem foi que te treinou? Fala pra mim. Ela olhou na sua cara e te chamou de cretina como eu estou fazendo agora? Te chamou de mimada?

Ela olha em meus olhos e eu vejo ódio em seu olhar.

— Faça o seu movimento, Caroline.

Antes mesmo de terminar a minha frase ela recua e tenta acertar o meu rosto, mas eu desvio, prendo os seus braços, a jogo no chão e a imobilizo, pressionando o joelho nas suas costas.

— Você pensa que está lidando com quem, moleca?

— Me soltaa.

— Não. Não vou soltar, sua mimada. Tenta se soltar. Tenta agora.

Ela tenta se soltar de mim, mas é impossível. O rosto dela está encostado na grama, os braços nas costas e o meu joelho pressionando os quadris.

— Se solta agora, sua moleca.