HiddenNote 2 - Vivendo um sonho.

Chapter 45

HN2

POV MIRANDA

— Cadê o bebê mais risonho? Hã? Quem é o bebê mais fofo, Alexsander?

Acalento o meu afilhado nos braços e balanço o corpo devagar para todos os lados, ninando ele. Anna olha sorridente para mim. O garoto é perfeito. Apesar da idade já bem inapropriada para a gestação saudável, Alexsander chegou em nossas vidas com a mais perfeita saúde. Foi um parto rápido e todos estavam apreensivos. Qualquer pensamento alternativo era apavorante para a nossa realidade.

— A sua cunhada comprou o novo par de Calvin Klein para esses pezinhos minúsculos, sabia?

Falo com ele e meu afilhado apenas me observa interessado.

— Ele está ficando mimado, Miranda.

Anna resmunga, mesmo sabendo que ela mesma se comporta da mesma maneira.

— Que ótimo. Estou devolvendo o que fez com as gêmeas.

Anna ri e se senta na poltrona ao lado do berço. A vejo separando algumas roupinhas do filho. Após o jantar silencioso entre a minha família, Massimo pediu para a filha e eu virmos visitar a esposa. Disse que ela estava estranha. E estar "estranha" é a pior definição para um estado de espírito da minha melhor amiga.

— Como está se sentindo?

Ela me questiona ainda olhando para alguns bodys coloridos demais para o meu gosto.

— Perplexa. E você?

Anna suspira e nega com a cabeça em claro sinal de descontentamento.

— Eu ainda estou furiosa com ela, Miranda.

Eu observo a minha amiga olhando para as roupinhas, mas eu a conheço. Mesmo que por esse tempo todo ela tenha demonstrado raiva pela neta ter sumido no mundo, eu sinto a sua apreensão e alívio. Anna jamais tocou no nome de Caroline desde que nós descobrimos que ela partiu sem destino conhecido. Sempre que tínhamos notícias, nós informávamos para ela, mas ela nunca demonstrava interesse completo. Apenas alguns acenos e murmúrios curtos. E eu sempre entendi. Anna e as gêmeas sempre tiveram a melhor relação possível. Elas jamais haviam se desentendido. Exceto por brincadeiras. Mas sempre houve muito amor entre elas. Desde os primeiros exames de ultrassom Anna já as amava.

— É por isso que está calada?

Anna me olha e ignora a minha pergunta.

— Você também pode conversar comigo, Anna. É uma via de mão dupla, lembra?

Meu afilhado tenta alcançar minha orelha.

— Valeu a tentativa, Alexsander. Mas dessa vez a sua tia não está com o brinco de diamantes. Ouviu?

Eu toco a pontinha do nariz dele e ele me olha com os grandes olhos amendoados e espertos.

— Ele parece muito com a Andrea. Esse olhar de quem vai aprontar.

Declaro olhando com amor para o filho da minha sogra.

— É sim. O mesmo semblante sereno e o olhar travesso. Ainda não sei como Andrea consegue isso.

— Como eu consigo o quê?

Minha esposa entra sorridente e corre para perto do irmão. Eles se adoram.

— Cadê a bolotinha mais fofinha?

Ela fala com voz infantil e o garoto ri com ela. Andrea o pega dos meus braços e sai jogando-o para cima.