A dor de cabeça continua excruciante. Chamo a aeromoça e peço outra água. Abro a bolsa e pego outro analgésico. Já é o terceiro das últimas horas.
— Obrigada.
Agradeço a água e tomo mais um medicamento. Vejo está bem na minha frente mexendo no celular. Que situação mais sufocante. Minha neta adoentada e meu esposo mal me suportando.
— Vó?
— Oi, princesa!
Cassidy se senta ao meu lado.
— Eu falei com a tia Leslie e ela avisou que já tem um carro esperando por nós no aeroporto. — Minha neta afirma.
— Está bem, meu amor. Obrigada. Vou me refrescar já que estamos perto de aterrissar.
Ela concorda e eu sigo com a minha bolsa para o banheiro. Passo por Massimo e ele me ignora completamente. Nem mesmo a situação preocupante com a Emma, ele consegue disfarçar o incomodo comigo. Tento ligar para Leslie de dentro do banheiro, porém antes que eu consiga buscar na agenda o número já tão conhecido da minha amiga, sinto uma coriza morna escorrendo pelo nariz. Ótimo. Tudo que eu precisava era uma gripe nesse momento. Passo a mão e me assusto quando olho para os meus dedos.
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Pego ligeiramente um guardanapo e passo no nariz. Me tremo ao ver o guardanapo rubro do sangue do meu nariz. Meu corpo entra num estado de nervos aflitos.
— Ah, meu deus.
Exclamo apavorada no pequeno banheiro em pleno os céus de Boston.
— Vó?
A voz da minha neta me faz saltar.
—Oi, Caroline!
— Já vamos aterrissar.
— Já vou sair.
— Tá!
Amasso o papel e jogo fora. Ligo a torneira e jogo água no rosto. Forço um pouco para assoar e vejo a pia ainda com sangue. Insisto em lavar o rosto e finalmente a água corre limpa. Me olho no espelho e respiro fundo. Enxugo o rosto na toalha e saio do banheiro sentindo as pernas um pouco bambas, como se pudesse cair a qualquer momento. Ajusto a bolsa no ombro e volto para o meu assento. Afivelo o cinto e coloco os meus óculos escuros.
— Você está bem, vó?— Cassidy me questiona me olhando desconfiada.
— Estou bem, meu amor!— A respondo tentando passar um pouco de tranquilidade, mesmo sendo uma tarefa dificílima nesse momento.
— Você parece um pouco pálida!
Dessa vez Massimo ergue o rosto e me olha com interesse.
