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Sento na sala da doutora e ela respira fundo se sentando, tirando o estetoscópio. Ela me olha firme e com um olhar preocupante de certa forma, o que me faz ter medo do que ela vai dizer.
-Ela tá perdendo muito sangue.-Ela diz digitando do notebook.-Eu não posso garantir nada agora, Diego.-Ela me olha e meus olhos lacrimejam.
Eu não digo nada, não sai nada naquele instante.
-Vai pra casa dormir um pouco, estamos cuidando dela e das crianças.-Ela diz.
-Não.-Afirmo e saio da sala.
Porra, pago a merda desse hospital à três anos e no final não adiantou de nada. É sempre um porém e uma desculpa, eu só quero a minha mulher de volta.
-Di!-Vejo Rafaela vir correndo em minha direção.
Ela me abraça, porém meus braços não envolvem ela também, não quero aquilo.
-O que foi?-Ela se afasta um pouco.
Engulo o seco e não digo nada.
-Quero ver nossos pequenos!-Ela sorri grande.
-Vai embora.-Peço encarando o chão.
-Di, eu...-Ela tenta.
-Vai embora, porra.-Aumento o tom e todos do corredor olham.
Ela não diz nada e sai com os olhos lacrimejando. Olho para o fim do corredor e vejo Luciano, ele vem em minha direção com um olhar literalmente de pena.
-Irmão.-Ele me olha firme e me abraça.
-Tô perdendo ela.-O choro sai ao abraçar ele.
Ele não diz nada, apenas me conforta no abraço de amigo de sempre. Luciano sempre foi um irmão pra mim, e mesmo não querendo ele aqui eu precisa dele como amigo aqui.
-Precisa ser forte pelas crianças.-Ele diz batendo fraco em minhas costas.
Todos dizem em "ser forte", mas ninguém entende que eu estou perdendo o amor da minha vida, a mulher dos meus sonhos, a que eu sonhava em me casar, a mulher que eu queria ver cuidando dos nossos filhos. Não é fácil ser forte se tornando fraco sem ela aqui, ela era o que me abastecia, o que me fazia forte, ela era a única que me entendia, que me acolhia.
Eu não quero mais nada, mais nada e nem ninguém, eu só queria que ela estivesse aqui, sorrindo e chorando ao ver os nossos filhos tão sonhados.