Capítulo 05

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Giovanna Veríssimo




Fui colocada na cadeira de rodas e levada para a área aberta do hospital para ver se o ambiente me ajudaria. No corredor que leva até essa tal área escutei um choro alto de criança, mas não era qualquer choro, parecia ser daquela mesma garotinha. Meu peito se apertou, sempre me sinto mal quando uma criança chora, mas com ela consegue ser ainda mais forte. Pedi pra Luiza seguir o barulho do choro e chegamos até onde a menina estava, ela estava no colo da mão que se encontrava sentada na cadeira de rodas, senti um soco no peito quando vi não só a menina mas a mãe chorando também, deve ser muito difícil ter sua filha mal e não ter poder para fazer nada.

- Posso pegá-la um pouco? - Ela me olhou receosa e segurou mais forte a Menina em seu colo. - Por favor, não vou machucá-la.

- Não sei se é uma boa ideia, vocês duas não estão bem, e você está sem forças pode acabar deixando ela cair.

- Você pode ajudar ela a segurá-la. - A senhora que trabalha com ela fala.

Continuo olhando para ela com expectativa, ela parece irredutível quanto a o seu pensamento de não entregar a menina, porém ela ainda chora, mas agora estendeu os braços em direção a mim, abri um sorriso ao ver o quão essa menina é fofa, mediante a isso ela acabou cedendo e colocou em meus braços e nós duas estavamos pegando fogo. Se ajoelhou na minha frente, colocou suas mãos por cima da minha para me ajudar a segurar melhor a criança, mas quando passou seus dedos pela minha pele senti algum tipo de eletricidade percorrer do corpo dela ao meu e vice versa, acho que não fui a única pois no mesmo instante nossos olhares se cruzaram mas logo desviei sem jeito, o que foi isso? A menina parou de chorar assim que se ajeitou no meu colo, todos pareciam surpresos.

- Impressionante! O que acham das duas darem uma volta invés de só ficarem paradas aqui? Podem ir só as três... isso é claro se sua namorada não se importar. - Falou para mim e eu fiquei sem entender nada.

- Namorada? - Perguntei confusa e depois comecei a rir quando me dei conta de que elas achavam que a minha prima Luiza era minha namorada. - De onde tiraram essa ideia? A Luiza não é minha namorada, é minha prima, eu nem ao menos gosto de mulher. - Ri e fiz careta pensando em como elas podem ter achado que éramos um casal, eu nem ao menos pareço gostar de mulher, e nem gosto mesmo, a tal Lorena ficou estranha depois disso, não que ela já não seja normalmente, mas sua cara está mais fechada que antes. - Eu adoraria, mas não quero incomodar nem dar trabalho para vocês. - Eu que não sou doida de ir com essa mulher, ela parece me odiar.

- Não é incômodo nenhum e não dará trabalho. - A senhora fala. - Podem ir, esperaremos por vocês aqui, mas lembrem que é só um breve passeio, temos que voltar ao quarto logo.

Ela acenou positivamente com a cabeça e eu nem tive a oportunidade de dizer nada, ela simplesmente começou a empurrar a cadeira de rodas pela área do hospital, era linda, bem arborizada, limpa e o ar puro era revigorante, ainda mais pra quem acabou de sair de um quarto de hospital. Parou a cadeira de rodas em frente a um banco onde sentou, ficava de frente para uma pequena fonte, e atrás um parquinho infantil que estava vazio.

- A febre dela está diminuindo. - Disse assim que ela sentou,colocou suas mãos sobre a menina afim de verificar se era verdade, que mulher doida, para que eu mentiria sobre isso? - Mas é melhor trocar os algodões dela de novo. - Assim ela fez, mas depois de trocar os da Manoella colocou suas mãos sobre a minha testa. - O que está fazendo? - Perguntei nervosa, ela é toda grossa, seca, mal abre a boca para falar comigo, me olha de cara feia e do nada põe as mãos sobre mim com uma delicadeza no mínimo estranha, o pior de tudo foi o que senti com isso.

Uma babá para ManoellaOnde histórias criam vida. Descubra agora