Giovanna Veríssimo
- Como assim amor? - Sandra pergunta para ele, vejo a raiva em seu olhar.
- Ué, ela não está indo para o trabalho? Sou vizinho da chefe dela, posso dar uma carona, preciso mesmo passar em casa.
- Trabalho? - Minha tia e a Sandra perguntam em uníssono.
- Sim, eu contaria hoje quando voltar. Mas enquanto a sua oferta terei que recusar, aconteceu um imprevisto e terei que ir encontrá-las em outro lugar, mas obrigada. - Tentei ser o mais educada possível embora ele não mereça e eu esteja com uma vontade tremenda de dizer tudo o que me fez, mas o que ele disse é verdade, elas não ligam para mim e acreditarão em qualquer coisa que ele disser, ou vão fingir que acreditam só para ficar do lado dele.
Saio de casa antes que falem mais alguma coisa ou esse idiota tente algo, o hospital por sorte não é tão distante quanto o apartamento delas, ainda é longe, porém é mais rápido e fácil de chegar. Desci na estação e andei por uns dez minutos até ver o hospital, é o mesmo que a Lu me trouxe e onde eu as encontrei quando nos conhecemos, na recepção pergunto qual o quarto onde se encontram, a mulher me olha de cima a baixo com desprezo e se nega a dizer.
- Por motivos de segurança não posso te passar essa informação. - Fala e logo após me ignora, como se eu não estivesse ali, como se eu não fosse nada. Tento explicar a ela, mas ela não permite, me interrompe a todo instante. - Olha, a senhora não é a primeira a tentar esse truque, quer mesmo que eu acredite que você. - Aponta para mim com a palma da mão aberta e me olha com desdém. - Conhece a senhora Lorena Salles, me poupe do trabalho que será chamar os seguranças para te tirar daqui e se retire por favor. - E mais uma vez eu continuo ali, sem reação enquanto alguém fala e faz o que quer comigo.
- Eu ouvi bem? - A mulher surge do nada por trás de mim como um fantasma, sinto meu corpo todo se arrepiar só com a sua aproximação, a recepcionista arregala os olhos e fica evidentemente nervosa. - Olhe como fala com as pessoas, principalmente com ela, o que você tem na cabeça? - Aumenta o tom de voz e começa a discutir com a mulher, na verdade nem é uma discussão pois a mulher está calada e a cada palavra dita por Lorena ela se encolhe mais em seu acento. - Ia chamar os seguranças para ela? Pois bem, chamarei o diretor do hospital para você, diga ao Richard que quero vê-lo e informe o quarto em que estou com a minha filha, ou melhor, deixa que eu mesma ligo para ele, sabe como é não é? Somos amigos próximos. - Fala e sorri, um sorriso de vilão de novela, a recepcionista está branca e tremendo, a dona Lorena se vira para mim e pega em minha mão. - Vamos Giovanna. - Me guia e eu estou tão surpresa com a sua atitude que não digo nada, só a sigo, ela me guia até o elevador e aperta o botão do oitavo andar.
- Não precisava ter feito aquilo, não quero que ela perca o emprego por minha causa. - Falo sem jeito, estamos apenas nós no elevador, por mais que a mulher tenha sido rude não quero que seja demitida.
- Ela não vai ser demitida por sua causa, vai ser demitida pelas próprias ações dela, ela não deveria nem poderia falar assim com você... - Faz uma longa pausa e depois completa nervosa. - Nem nenhuma outra pessoa.
- Mas não... - Tento falar mas ela não permite.
- Esqueça Giovanna, já decidi e eu não volto atrás das minhas decisões jamais, falarei com o Richard e ela será demitida. - Sua voz saiu firme, abaixo a cabeça e me sinto mal, alguém vai perder o emprego por minha causa, e se ela tiver filhos e uma família para ajudar a sustentar? Meus devaneios são cessados quando sinto seus dedos erguerem meu queixo me fazendo olhar para ela. - Não vou deixar que nem ela, nem ninguém te faça mal, entendeu? - O que? Como assim? Minha mente vai explodir.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Uma babá para Manoella
RomanceGiovanna acabou de perder sua mãe para uma terrível doença, sem ter de onde tirar seu sustento e morando com a megera de sua tia e prima, que fizeram e fazem de tudo para tornar os dias dela tenebrosos, ela se vê encurralada e sem outra alternativa...