Capítulo 06

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Giovanna Veríssimo




- Tia... está me machucando. - Falei com dificuldade pois o ar me faltava, mas como já era de se esperar ela não ligou a mínima.

- Calada sua imprestável. - Falou baixo mas o suficiente para que só eu escutasse. - Quero saber o que você disse a Luiza, já sei que ela te falou do dinheiro que mandava, por acaso você abriu essa sua boca imunda para ela? - Apertou ainda mais meu pescoço, a mulher estava transbordando de ódio, o medo me petrificou e eu não consegui dizer nada, isso fez com que ela ficasse ainda mais nervosa. - Fala sua praga! - Gritou e bateu minha cabeça na parede.

- Mãe, olha o barulho. - Minha prima que vigiava a porta a alertou, olhava para os lados vendo se alguém vinha, mas para o meu azar ninguém apareceu, mas pelo menos minha tia soltou meu pescoço e se afastou um pouco.

- Vou te dar mais uma chance de responder a minha pergunta, você contou a Luiza sobre não receber o dinheiro?

- Não. - Eu já chorava, como pode alguém fazer isso com a própria sobrinha por dinheiro? - Não, eu não disse nada.

- Tem certeza? - Confirmo com a cabeça enquanto as lágrimas caem. - Para de choradeira sua bobona, é uma fraca mesmo, mal toquei nela e já está ai armando o maior show. É bom engolir esse choro antes que a Luiza ou outra pessoa apareça por aqui, senão acabo com você aqui mesmo, e eu acho bom manter esse seu bico fechado e fingir que recebeu e recebe o dinheiro que ela manda direitinho, ou pode ter certeza que eu vou fazer da sua vida um inferno. A verdade é que de qualquer forma esse dinheiro teria que ser dado a mim, afinal eu sempre banquei a maior parte das despesas da casa, e agora com a sua mãe morta eu vou pagar tudo sozinha e ainda sustentar uma burra velha feito você, me dar esse dinheiro é o mínimo, então acho que não tem do que reclamar.

- Tem gente vindo. - Minha prima disse e correu para se sentar em uma das cadeiras como se nada estivesse acontecendo, simplesmente inacreditável.

- Espero que tenha entendido. - Minha tia me fala séria antes de fingir que estava sentada também, quem entrou foi uma enfermeira para ver a bolsa de soro, está quase acabando. - Ai que bom que alguém apareceu, já estava ficando preocupada, quando minha querida sobrinha pode vir para a casa com a gente? - Até sua voz saiu mais fina devido ao esforço que fazia, minha tia é muitas coisas, e dentre elas eu tenho que confessar que seria uma atriz de primeira, mais um pouco e até eu acreditava que ela realmente estava preocupada e me queria por perto.

- Hoje mesmo senhora, fique despreocupada, terminando o soro ela passa na sala do clínico para que ele lhe receite algum medicamento caso necessário e explique os cuidados a serem tomados.

- Ai que notícia maravilhosa! - falou com um largo sorriso no rosto, a enfermeira o retribuiu e saiu, no mesmo instante o sorriso dela se desfez e ela parecia ter sido possuída. - Que droga em, estava crente que teria um dia de paz sem ter o desprazer de olhar e ter você por perto, mas nem para isso você serve, você é um peso garota, até mesmo para a sua mãe, ela trabalhava e você? Com toda essa idade nunca arrumou um trabalho para ajudar em nada. Dizia ela que porquê você estava estudando, estudou tanto e não se formou, não conseguiu nada, mas não é de se espantar, porquê você não serve para nada! Eu acho bom arrumar um emprego logo, não vou bancar a casa sozinha e muito menos uma vagabunda velha como você, se não trabalhar não come. Te dou uma semana para arrumar um trabalho, até lá pode ajudar com serviço, vai lavar, cozinhar, passar, fazer a comida, fazer as compras... na verdade, vai fazer tudo o que eu quiser que você faça. - Sorriu maléfica, estou ferrada, essa mulher vai acabar comigo e eu nem vou durar uma semana.

Uma babá para ManoellaOnde histórias criam vida. Descubra agora