Giovanna VeríssimoDecidi que não, não seria hoje o dia da minha morte.
Com a faca forcei a fechadura, e após muita insistência a porta se abriu, o fogo já tomava a casa quase por completo a fumaça impregnou meu nariz quase que de imediato, não conseguia pensar, só sabia que precisava sair dali. Corri como se não houvesse amanhã, passava pelo fogo e me esforçava para ignorar a dor das queimaduras, até o momento que eu já não conseguia mais dar um passo se quer, olho para baixo e vejo quão feias estão minhas pernas, desabo no chão já sem forças, só um milagre para que eu possa sair daqui agora.
Sem forças para levantar e agir, fico no chão, a quantidade de fumaça que inalei já começa a me oprimir ainda mais, não consigo respirar, não consigo me mover, apenas sinto a fumaça tomar conta dos meus pulmões e minha visão se turvar. É quando de repente uma figura que não consigo identificar adentra pela porta, vem em minha direção e sinto ser pega no colo, meus olhos se fecham contra a minha vontade, não vejo mais nada.
Acordo em um quarto que parece ser masculino, não estou mais naquela fazenda porém também não reconheço o local. Assim que abro os olhos e aos poucos vou acordando sinto uma dor insuportável por todo o meu corpo, olho para mim e vejo como estou ferida, as lágrimas caem dos meus olhos sem que eu permita é um urro de dor sai garganta afora.
- Ei, se acalme querida. - Uma figura feminina adentra ao quarto, com uma maleta de socorros em mão. - Estou aqui, tudo vai ficar bem.
Não conseguia dizer nada, nem mesmo perguntar seu nome ou onde eu estava, a dor era insuportável, eu só sabia gritar, lembro-me apenas desta mulher colocar um pano em meu nariz e em seguida apaguei, assim foram umas três vezes até que eu tentei mordê-la.
Horas se passaram, eu tomava algo de forma intravenosa provavelmente para me ajudar com a dor pois apesar de ainda estar doendo muito, consegui me manter acordada desta vez.
- Está mais calma ou ainda com vontade de arrancar meus dedos? - A mesma mulher de antes pergunta sentada ao meu lado. - Esse aqui é dos bons, sua dor não vai sumir totalmente porque está bem machucada mas vai te ajudar muito, se me deixar cuidar de você tenho certeza que logo estará boa.
- Quem é você?
- Eu sou a Victoria, meus amigos me chamam de Vic, mas para você eu posso ser o que você quiser. - Diz e pisca um dos olhos insinuando algo. - Deve estar se perguntando onde está também, já te adianto que logo saberá, mas acho que isso é algo que ele mesmo deve dizer a você. - Droga! Ainda devo estar nas mãos daquele maldito, com certeza é isso, mas por que este lugar é tão diferente? - Bom, melhor que durma mais um pouco ok? Passou por muito, logo virei com alguma para você comer. - Disse e mexeu no regulador do medicamento que eu recebia de forma intravenosa, pôs a mão em minha cabeça e me acariciou, não demorou muito para sentir meus olhos pesados e dormir.
Acordei um tempo depois, ainda desnorteada e perdida visualizei uma figura masculina entrar no quarto, deve ser ele ou um daqueles homens nojentos.
- Me mate logo de uma vez. - Digo assim que vejo o homem a me olhar.
- Se quisesse te matar ou fazer algum mal, não acha que já teria feito? - Entra no quarto, o olho com raiva para que pense que não tenho medo dele.
- Boa sorte. - Victoria fala e se levanta da cadeira em que estava sentada ao meu lado.
- Giovanna, me escute, não somos aliados dele, meu nome e phillipe, eu sou da policia, essa é a Vitória mas pode chamar só de Vic. - Fala devagar e de forma serena, parece estar sendo sincero mas não sei mais em que acreditar. - Sabemos de tudo que você e a Lorena passaram e estamos aqui para ajudar vocês duas.
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Uma babá para Manoella
RomanceGiovanna acabou de perder sua mãe para uma terrível doença, sem ter de onde tirar seu sustento e morando com a megera de sua tia e prima, que fizeram e fazem de tudo para tornar os dias dela tenebrosos, ela se vê encurralada e sem outra alternativa...