Capítulo 12

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Giovanna Veríssimo




Quando sai do banho ela estava dormindo, agradeci muito a Deus por isso, não queria contar a verdade para ela mas não é novidade para ninguém que eu sou uma péssima mentirosa e com certeza, diferente da dona Lúcia, ela não entenderia simplesmente que eu não quero falar sobre o assunto, pelo contrário, acredito que ela me arrancaria a verdade.

Me deitei e tomei meu remédio para a alergia, é um anti-hestaminico, não que eu esteja com a alergia atacada mas ele me deixa com sono, sinto que se eu não tomar ele agora não vou conseguir dormir hoje. Tomei o remédio no seco, devo ter demorado mais ou menos uns vinte minutos para cair no sono, dessa vez não tive mais nenhum pesadelo ou algo do tipo, não me lembro de ter sonhado com nada na verdade, eu simplesmente apaguei. Acordei no dia seguinte as 9H da manhã, isso foi o mais tarde que acordei em muito tempo, na verdade não me lembro de uma única vez que acordei depois das oito horas, levantei e recolhi tudo, dobrei os lençóis e as cobertas e as guardei, esvaziei o colchão de ar e coloquei junto com os travesseiros. Passei a vassoura no chão com cuidado para não fazer barulho e acordar a dona Lorena, se bem que a mulher está dormindo como uma pedra, termino e vou até o banheiro fora do quarto para escovar os dentes, faço minha higiene bucal e lavo meu rosto, pego uma das escovas de cabelo e começo a pentear ele prendendo num rabo de cavalo alto.

- Bom dia minha linda. - Dona Lúcia que passava pelo corredor para ao me ver. - Como está? Conseguiu dormir bem?

- Bom dia dona Lúcia, estou bem, consegui dormir bem também.

- Que ótimo! Se precisar de mim vou estar no quarto para guardar as coisas que você dormiu.

- Não vai ser preciso, já guardei e arrumei o quarto.

Dona Lúcia me agradeceu mas insistiu em dizer que eu não precisava ter feito isso, que por alguma razão, só não me disse qual, ela estava feliz por eu ter dormido lá e que ela me devia uma. Fiquei confusa com o que ela disse, eu não fiz nada, nada além de dar trabalho e ela diz que me deve algo, perguntei a ela mas não tive resposta, acariciando meu rosto com os olhos brilhando pelas lágrimas que queriam cair ela disse que talvez daqui a algum tempo eu descubra.

Passei no quarto da Manoella e ela ainda dormia, dona Lúcia até estranhou e foi ela mesma checar, diz ela que a menina acorda cedo no horário da mãe ir trabalhar, como se sentisse que a dona Lorena fosse sair, mas parece que hoje todos da casa dormiram além da conta. Visto que a Manoella dormia fui para a cozinha ajudar a dona Lúcia a arrumar, mesmo ela quase arrancando a vassoura da minha mão, percebi que ela gosta de arrumar, mas ela já tem uma certa idade, não é justo que eu fique sentada enquanto ela faz esforço limpando tudo. Não demoramos muito e já estava tudo limpinho e com cheiro de lavanda, enquanto ela ia preparar o café fui dar mais uma olhada na Manoella, dessa vez a menina abriu os olhos, não só os olhos mas um sorriso lindo e meigo, é surreal o quanto gosto dessa pequena. Eu já sou completamente apaixonada por crianças, estar no meio delas enche meu coração de alegria e me deixa leve, mas com a Manoella consegue ser ainda mais especial, o fato dela ser tão exigente com as pessoas me leva a crer que esse sentimento é recíproco.

A peguei em meus braços e abri as cortinas para o o sol entrar, brincava com ela em meu colo e nós duas ficamos sorrindo uma para a outra como duas bobas, isso até sentir meu corpo tremer, olhei para a porta e lá estava ela, a dona Lorena.

- Ai que susto! - Disse quando a vi recostada na porta olhando nós duas em silêncio, a mulher ainda estava de baby-doll.

- Estou tão feia assim que te assustei? - Falou se aproximando de mim devagar e parando ao meu lado, já fiquei nervosa, ela tem esse poder.

Uma babá para ManoellaOnde histórias criam vida. Descubra agora