Capítulo 18

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Giovanna Veríssimo




Olho em seus olhos mas não digo nada, vamos ver se finalmente ela vai ter a decência de se desculpar pelo que fez comigo, no começo tive esperanças de que isso fosse acontecer, afinal por qual motivo ela me impediria de passar se não fosse para conversar sobre o que houve? Porém nada aconteceu, ela não abriu a boca para proferir uma única mísera palavra, eu realmente não entendo essa mulher e nem quero, não vou mais me submeter a isso, se ela não tem nada para dizer que me solte e me deixe ir. Puxei meu braço e tentei passar, cheguei a por minha mão sobre a maçaneta da porta para abri-la mas senti suas mãos segurarem na minha cintura, cada uma de um lado me apertando com uma certa força, senti como se uma corrente elétrica tivesse percorrido o meu corpo no mesmo instante, me viro pra ela que me puxa para perto, meu coração toma um ritmo acelerado com o jeito que ela me olha.

- Giovanna, eu... - Abaixa a cabeça mas não me solta, olhando para o chão ela continua. - eu quero te pedir desculpa. - Ergue a cabeça para o alto e suspira pesado como se tivesse feito um grande esforço, acredito que para ela tenha sido mesmo.

Em qualquer outra ocasião eu teria aceitado suas desculpas, na verdade ela nem precisaria me pedir, pelo contrário, eu teria me desculpado mesmo sem ter feito algo de errado, mas agora é diferente. O que ela me fez foi inaceitável, nunca me senti tão mal na minha vida e não será um simples pedidos de desculpa muito mal formulado que me fará esquecer tudo o que aconteceu. Não a respondi, não acredito nem que ela teve coragem de me prender aqui para isso, vou embora pois será o melhor que eu faço, tento me soltar mas quando ela percebe me segura ainda mais forte e pressa meu corpo no dela, ficamos ainda mais próximas, ela olha para mim como se não acreditasse que eu iria embora sem respondê-la. A encaro e tento parecer firme mesmo sem quase sentir mais as minhas pernas, meu corpo todo está mole, alguns segundos depois vejo sua cabeça se curvar, ela aproxima seu nariz do meu pescoço e respira fundo, meu corpo todo treme e se arrepia, invés de se afastar ela me puxa ainda mais, como se fosse possível ficar ainda mais perto dela mesmo com nossos corpos já colados um no outro.

- Não faz assim. - Fala com o rosto ainda enfiado em meu pescoço, consigo sentir seus lábios se mexendo na minha pele enquanto ela fala, sua voz saí como num sussurro, acabo apertando seus braços com força tentando extravasar um pouco dessa sensação estranha que se apoderou de mim, ela ergue sua cabeça e passa a olhar em meus olhos, a mulher está como nunca imaginei vê-la antes. - Estou sendo sincera, fui uma idiota, você me desculpa? - Me olha com expectativa, consigo ver também a verdade em suas palavras, e essa carinha de cachorrinho perdido... ai, eu não aguento, vou desculpar essa mulher.

- Está desculpada dona Lorena. - Assim que terminei de falar a mulher simplesmente avançou na minha boca, eu não tive reação, nunca que eu iria esperar por isso ainda mais num momento como esses, e agora estou aqui, parada enquanto seus lábios se esfregam no meu, porém não vou mentir, é uma sensação boa, sinto o gosto de cereja, os lábios dela são macios e grossos, me proporcionando uma sensação deliciosa.

- Gi cadê vo... - Ouço a voz da Lu e empurro a dona Lorena na mesma hora, Luiza está parada na porta do banheiro de boca aberta e olhos esbugalhados, ela não diz nada, está apenas parada na porta como uma estátua de pedra, eu não consigo dizer uma só palavra, afinal o que dizer? - Eu... eu... não queria atrapalhar, finjam que eu não estive aqui, podem continuar. - Fala toda nervosa e sai fechando a porta novamente, caminho em direção a saída nervosa pelo que acabou de acontecer, o que foi isso? Não chego nem a dar o terceiro passo, sou puxada pro braços dela novamente.

Uma babá para ManoellaOnde histórias criam vida. Descubra agora