Pequenas revelações

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Tae abraça minha cintura e rouba um beijo meu, acaricio seus cabelos sedosos e fixo meu olhar no seu. Nossa, eu amo seus olhos puxados.

- Tem compromisso para hoje? - Pergunta, nego com a cabeça. - E para amanhã cedo?

- Tenho aula às oito - Sorrio animada, sei que ele está planejando algo bem louco. - Por que?

- Quero levá-la a um lugar, mas teremos que passar a noite lá.

- Onde? - Não escondo minha curiosidade.

- É surpresa. - Um sorriso travesso se forma.

- É longe? - Abraço seu pescoço e deito a cabeça em seu peito, fazendo uma voz melosa. - Eu não gosto de viagens longas, Tae.

- Uma hora e meia, Mad. - Ele beija o topo da minha cabeça. - No máximo.

Penso em recusar a pequena aventura, mas ambos tivemos dias difíceis por conta daquele que não vou mencionar o nome, então dou um sorriso fechado e concordo com a cabeça.
Como o cavaleiro que é, Tae abre a porta do carro para mim e coloco o cinto de segurança, ele faz o mesmo e antes de ligar o carro me dá um beijo longo e carinhoso. Sorrio ao terminarmos.
Tae se encarregou de enviar uma mensagem a Lili, não queremos deixá-la preocupada.

Tae liga o rádio do carro e coloca uma música bem calma, deito minha cabeça no vidro do carro, fecho os olhos e aproveito a sensação de paz, até acabar adormecendo.

- Chegamos. - Diz Tae, acariciando minha bochecha.

Abro os olhos e observo a nossa volta, a noite já chegou, ao que parece Tae mentiu quando disse que levariamos uma hora e meia para chegar ao tal lugar. E, que lugar é esse? Tae me trouxe para o meio de uma floresta, esse lugar parece assombrado e o canto da coruja está fazendo cada pelo do meu braço se arrepiar.

- Onde estamos, Tae? - Não escondo meu medo.

- Na casa da minha família. - Sorri animado.

Antes que eu tenha a chance de perguntar se a família dele não mora na Coreia do Sul, Tae desce do carro e corre até o grande portão de ferro e começa a abri-lo.
Em ambos os lados do portão há uma estátua de cabeça de leão, coisa que só havia visto em filmes ou em casa de gente muito rica.

- O cadeado ainda é o mesmo. - sorri, balançando uma chave no ar.

Tae volta a dirigir, o caminho a nossa frente é bem escuro, nem parece que os faróis do carro estam ligados. Olho a paisagem noturna através da minha janela, a muitas árvores e folhagens, um lago bem grande e sinistro, um balanço velho e inútil e bancos de madeira bem gastos pelas chuvas passadas. Faz um tempo que passamos o portão principal e nada da casa. Está vendo, casa distante da entrada é coisa de gente muito, mas muito rica mesmo. O que será que a família do Tae faz?

Os dedos do Tae tamborilam no volante, ele faz uma última curva, a estrada de terra e a escuridão chegam ao fim, dando lugar ao piso de concreto e uma mansão de, acredito eu, três andares.

- Nossa! - Digo, boquiaberta. A mansão está mais para um castelo, é feita de pedra, tem uma torre redonda na lateral esquerda e um largo tarraço a direita. É inegável que o arquiteto se inspirou em um castelo. - Você mora aqui?

- Morava. - Ele deixa o carro, faço o mesmo.

O lugar já não é tão assustador quanto antes. Olho para o belo jardim, para as lindas luminárias, mas o que realmente chama minha atenção é a fonte com várias esculturas de anjos. É muito linda.

- Eu morei aqui dos seis aos dez anos, depois minha família e eu voltamos para a Coreia. - Tae abraça minha cintura. - Vez ou outra meus pais passam uns dias aqui.

EU ODEIO ETHAN HOLTOnde histórias criam vida. Descubra agora