Talvez

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Não consigo esconder minha excitação, faz vinte minutos que sai da cafeteria, onde tive a conversa mais empolgante da minha vida, não posso negar que Taylor é um amor de pessoa. Inteligente, bonita, cativante, visionária e carismática.
Como sempre, Lili tem um gosto muito bom quando o assunto é se relacionar com pessoas.

Envio duas mensagens, uma para Lili e a outra para o Tae, sei que ela está em um seminário, provavelmente verá a mensagem mais tarde. Já o Tae, bom, ele falou que tinha compromisso, mas não mencionou o local ou o que era. Talvez, seja uma surpresa para mim.

Encaro meu celular algumas vezes, não a mensagens, nada do meu namorado, irmã, melhor amiga e nem meus pais, nunca me senti tão sozinha.
Meu consolo é esta noite agradável, fria, como de costume, mas agradável e bela. Londres está me convidando para um passeio por suas ruas mágicas - Acreditem, andar por Londres equivale estar nos filmes de Harry Potter - esse foi um dos motivos de eu querer estudar literatura aqui.

As ruas estam movimentadas, assim como os bares, restaurantes e cafeteiras, o clima é gostoso, nem parece que está fazendo um frio absurdo. Sento na frente de um barzinho, peço uma cerveja amanteigada e me divirto vendo a apresentação de músicos de rua.
Ah, céus, como eu amo Londres!

- Parece feliz. - A voz grossa e familiar faz meu sorriso morrer.

Olho fixamente o garoto à minha frente, ele está parado como um belo modelo sexy, atraindo todos os olhares femininos, não culpo as garotas, Ethan não só é muito bonito, como também está sempre bem vestido. Calça jeans preta, camiseta cinza e por cima uma jaqueta de preta com pelos sob a nuca. O desgraçado está mesmo muito bonito.

- Estava, até você aparecer. - Dou um gole em minha cerveja.

- Posso? - Aponta para a cadeira e nego com a cabeça. - Obrigado.

- Eu disse não. - Resmungo. - Sai daqui!

Ethan dá um sorriso travesso.

- Qual motivo da alegria, o coreano pediu sua mão? - Brinca.

- Ah, finalmente acertou! - Sorrio com deboche. - Mas, não. O Tae não pediu a minha mão. - Pisco. - Ainda!

- Então, ainda tenho chance! - Comemora.

- Não seja iludido. - Apoio os cotovelos na mesa. - Mesmo que eu estivesse solteira, jamais voltaria com você. Tenho amor próprio.

Ele fica em silêncio, minhas palavras o afetaram em cheio, mas não ligo, nem sempre ser rude é ruim, quem sabe assim o Ethan não desista.

- Maldito chinês! - Bate na mesa. - Ele fez lavagem cerebral em você.

Por mais que sua reação seja engraçada, mantenho-me séria.

- Já passou pela sua cabeça que o Tae tem grandes... - Passo a língua nos lábios de forma bem maliciosa e sugestiva. - Como posso dizer...

- Não seja vulgar, Madson. - Protesta, com Raiva. - Não estou interessado no tamanho do pau do seu namorado.

- Desculpa, é que ainda estou tão surpresa com o tamanho...

- Ok, só fique quieta. - Me interrompe, o rosto vermelho de raiva. - Por favor?! - Levanta a mão para uma das garçonetes. - Um uísque. Qualquer um. Rápido.

É muito bom vê-lo tão desconcertado, espero que ele se arrependa todos os dias da sua vida por ter feito eu sofrer, também, espero que ele sofra todas as vezes que me vê com o Taeyang.

- Cadê sua amiga e seu cão de guarda? - Ele sorri debochado.

- Não seja perulante. - O repreendo. - E, não é da sua conta.

Sua pergunta é a mesma que a minha, não em relação com a Lili, sei onde ela está e o que está fazendo, mas não o Tae. Talvez, seja hora de ligar para ele de novo, estou começando a ficar preocupada com seu sumiço.

- Falei com minha mãe hoje cedo. - Diz, Ethan, olho para ele com pouco interesse. - Ela mandou um abraço.

Concordo com um aceno de cabeça e um sorriso forçado, não tenho nada contra Aida, mas não somos e nunca fomos íntimas ao ponto de eu ficar emocionada com lembranças suas, e outra, a uma boa chance de ela não ter me mandado um abraço, talvez Ethan tenha inventado isso. Porquê? Eu não faço ideia, mas ele é cheio de truques.

- Não vai dizer nada? - Seus olhos castanhos ardem sob minha pele.

- Diga que mandei lembranças. - Forço um sorriso.

- Você é tão falsa quando quer. - Me ataca e sorrio. - Chega a ser vulgar.

- Quem é você pra chamar alguém de vulgar?!

Nós dois caímos na risada, peço outra cerveja, Ethan outro uísque, continuamos a conversar e nos atacar sem nos importar com o barulho à nossa volta ou o horário. Por mais que meu celular tocasse ou vibrasse com a chegada de uma nova mensagem, só conseguia prestar atenção nas coisas que Ethan falava, só conseguia me concentrar no quanto ele me fazia rir e em como parecia os velhos tempos, antes de todo ressentimento. A cada cerveja amanteigada, a cada porção de frios ou de batatas fritas, a cada música que começava e acabava, sentia-me mais embriagada e Ethan ficava mais engraçado e atirado.
Sem que eu possa impedi-lo, Ethan aproxima seu rosto do meu e segura meu queixo, nossos olhares se cruzam. Ao perceber o que ele está prestes a fazer meu sorriso morre, enquanto o do Ethan só se alarga. A última vez que o vi tão feliz assim foi na noite em que nos beijamos pela primeira vez.

- É melhor eu ir pra casa. - Ameaço levantar, mas Ethan segura meu braço.

- Não seja estraga prazeres, estamos nos divertindo. - Sorri com malícia, meu coração acelera e minhas mãos soam. - E, ainda está cedo.

A Ethan, sempre me subestimando. Não é por que bebi e estamos rindo juntos que ficarei com ele, tenho namorado e gosto muito dele, jamais o trairei.

- Sim, está cedo. - Solto meu braço de sua mão. - Então, vou atrás do meu namorado para fazermos algo legal. - Sorrio. - A noite está agradável.

- Estava. - Resmunga, furioso por não ter conseguido o que queria.

- Obrigada pela companhia. - Aceno para ele, Ethan parece um pouco desapontado comigo, mas não me importo.

- Madson?! - Viro para encara-lo. - Você me perdoou?

Sua pergunta me pega de surpresa, penso antes de respondê-lo, uma por estar levemente embriagada, outra por olhar no fundo da minha alma.

- Digamos que sim. - Respondo, com seriedade. - Mas, isso não significa que voltaria pra você.

EU ODEIO ETHAN HOLTOnde histórias criam vida. Descubra agora