EU ODEIO ETHAN HOLT

DE LONDRES A SEATTLE

Depois que fiz minhas malas, peguei o celular e contatei a Taylor e Charle, expliquei a eles que estava com um problema familiar, mas que entregaria meu trabalho, eles aceitaram numa boa. Bom, vocês devem estar se perguntando como farei isso, já que a peça será nesta sexta e eu viajo hoje a noite. Vamos lá, Lili me desculpou e me apoiou a ir para casa, prometeu ir na peça em meu lugar e gravá-la para mim, depois é só eu assistir, escrever uma crítica decente para compensar minha ausência, enviar o material para o e-mail da Taylor e aguardar.

Tenho tudo planejado, mas, sinto-me uma traidora, sem responsabilidade e escrúpulos, mas a algo em meu coração que grita para eu fazer essa viagem. Tem algo acontecendo, preciso saber o que é, só assim poderei focar nas coisas que realmente importam.

- Você devia aproveitar a nossa ausência e se aproximar do Connor. - Começa Taeyang, deixando a Lili irritada. - Bom, assim você não ficará sozinha.

Lili deita a cabeça no braço do sofá, os olhos fixos no garoto que a provoca.

- Não, obrigada. - Resmunga. - Eu adoro ficar sozinha.

- Você quem sabe. - Tae da de ombros. - Mas, fique sabendo que tem umas garotas da minha turma de olho nele.

Diferente do que esperávamos, ciúme e semblante zangado, Lili abre um sorriso genuíno e posso jurar que seus olhos brilham.

- Por favor, sim! - Diz, animada. - Sim, sim sim! Espero que ele arrume uma namorada e deixe-me em paz.

- Coitado! - Falo. - Ele é tão legal.

- Ele é louco, isso sim. O garoto liga e manda mensagens o dia todo, não importa se eu estou ocupada ou não.

- Ele faz isso porque gosta de você, mas você pisa nele como se fosse um inseto.

- Sim, Tae. - Lili revira os olhos. - Sou um monstro horrível, mas tem horas que o Connor merece.

Enquanto ela e Tae continuam o debate em relação o pobre coitado do Connor, desbloqueio meu celular e dou uma passeada por minhas redes sociais. Curiosa, entro no Instagram do Ethan, vejo sua última postagem, passagem de avião para esta noite.
Nossa, ele só pode estar de brincadeira comigo. Só falta ele chegar em Seattle na mesma hora que eu, não mesmo, espero que seu vôo tenha escalas, assim chegarei antes e conversarei com o Cristopher sem o outro Holt atrapalhar.
Do jeito que Ethan é devasso, capaz que aconselhe o irmão a se divorciar e viver a vida de forma vulgar e sem responsabilidades.

- Madson? Ei, Madson? - Tae bate em meu ombro. - No que está pensando? Você está viajando.

- Ah, em nada. - Bloqueio a tela do celular e o coloco entre minhas pernas. - Podemos dormir antes de sairmos? - Jogo a cabeça para trás e suspiro. - Estou muito cansada.

- Claro. - Tae se levanta do sofá, estendendo sua mão para mim. - Lili, você nos acorda, certo?!

- Não sei. - Sorri de forma diabólica. - Talvez eu me vingue, por ter falado do Connor.

- Obrigado. - Taeanda um beijo no ar, fazendo ela revirar os olhos de forma brincalhona. - Você sempre um amor.

Deito a cabeça no peito do Tae, ele faz movimentos leves e demorados em minha cabeça, sinto meus olhos pesados, meu sono está grande, mas a vontade de ficar acordada para sentir seu toque é grande, assim como minha vontade em perguntar se ele sabe quando seu pai virá a Londres. Tantas perguntas que eu quero fazer, mas todas elas podem ter respostas nada agradáveis para esse relacionamento. Minha garganta arde, tamanha vontade de perguntar se ele já conversou alguma vez com a noiva arranjada, mas não tenho certeza se quero saber a resposta. E outra, confio no Tae, sempre confiei nele e vou confiar, ele é diferente. É gentil. Tem caráter. Tem sonhos para o futuro e me incluiu em todos eles.

- Seu silêncio está gritante. - Diz. - Algum problema?

- Não. - Minto. - Só estou pensando na Kate.

- Fique tranquila, não há problema algum que o amor não seja capaz de superar. - Ele beija o topo da minha cabeça. - Sei disso.

Sinto que ele está se referindo a nós e não a minha irmã e o Holt.

- E se houver? - Digo baixinho, temendo que o azar me escute e se torne presente.

Tae nao responde, apenas respira profundamente e solta um suspiro pesado, fazendo-me acreditar que concorda comigo, fazendo-me acreditar que estou certa.

- Quando você ama alguém, faz de tudo por essa pessoa. - Começa. - Abre mão de tudo, tudo mesmo. - Levanto a cabeça para encara-lo. - Família, dinheiro e vícios.

Ele está mesmo se referindo a nós dois.

- Então, largaria o vicio em cigarro por mim? - Pergunto, desconfiada.

- Se assim quiser. - Diz, com sinceridade. - A questão é, quando amamos verdadeiramente alguém, nada é impossível.

- Estou com medo por nós. - Suspiro, meus olhos se enchem de lágrimas. - Medo de não conseguirmos ser fortes o suficiente para o que está por vir.

- Não se preocupe com isso. - Ele beija meus lábios. - Se preciso, serei forte por nós dois.

Concordo com um aceno de cabeça e volto a deitar a cabeça em seu peito, Tae continua com suas carícias e finalmente pego no sono, acordando mais tarde com a Lili berrando na porta do quarto que está na hora de irmos.
Por Tae ter vindo com seu carro esportivo, nossas malas estam no carro da Lili, que nos segue em alta velocidade.
Chegamos no aeroporto particular, onde um jatinho luxuoso nos aguarda, novamente, fico abismada com a vida luxuosa que o Taeyang leva, o que faz eu questionar se ele abriria mão dessa vida, dos carros, casas, motos e jato particular para se juntar a mim numa vida simples e sem privilégios. Isso faz minha barria doer e meu estômago revirar.
Os carros param lado a lado, descemos do carro, dois homens se aproximam e cumprimentam o Tae, que logo aponta para o carro da Lili. Os dois homens pedem licença a ela e tira nossas bagagens de seu porta malas.
Tae me leva até a tripulação, duas aeromoças e um piloto, eles nos cumprimentam.

- Seguinte. - Lili coloca as mãos na cintura, seu olhar sério nos fita. - É chegar, resolver o problema da Kate, visitar a família e voltar para Londres.

- Certo, mamãe. - Brinco. - Vou sentir sua falta.

- Eu também. - Ela beija minha testa, depois vai abraçar o Taeyang. - Vê se volta em, do jeito que é, vai querer comprar uma casa por lá, se casar com a Madson e construir uma família.

- Agora que deu a ideia...

- Seu moleque! - Sorrindo, Lili puxa a orelha do Tae. - Agora vão. Boa viagem.

- Amamos você. - Tae e eu falamos juntos.

- Eu também. - Ela acena para nós e volta para o seu carro.

Entro no jatinho, o chão é todo forrado com carpete azul Royal, os assentos são de couro preto, uma grande televisão de tela plana cobre todo um canto da parede. É impressionante o luxo de tudo, principalmente com os mínimos detalhes.

- Venha ver o quarto. - Tae abraça minha cintura e me leva para o próximo cômodo.

Tento não ficar surpresa, pois já viajei na primeira classe, mas nada se compara a esse jato, principalmente agora que estou vendo esse quarto. A cama é queen-size, a roupa de cama cor champanhe é de seda.

- Gostou? - Tae senta na cama e me junto a ele.

- Sim, é impressionante.

- Podemos dormir ou comer algo. Você escolhe.

As duas opções são tentadoras, mas nada se compara a vontade que estou de agarrar meu namorado e tirar sua roupa. Será uma experiência nova para mim, um momento, talvez não seja uma experiência nova para o Tae. A ideia dele ter feito isso, amor nas alturas, deixa-me desconfortável.

- Bom, primeiro precisamos nos sentar e colocar o sinto. - Ele me pega no colo, arrancando uma risada estridente. - Quando estivermos nas alturas, vou realizar seu desejo.

- Que desejo? - Finjo inocência.

- Eu a conheço, Madson Cooper. - Ele morde meu lábio inferior. - Você é bem levada.