Me despeço da minha irmã e do meu sobrinho, deixo o quarto e vou em busca do meu namorado e do meu cunhado. Pelo horário, sei que meu pai e Missy foram dormir, então, provavelmente cunhado e concunhado estão em algum canto arejado, senão no jardim, fumando incontáveis cigarros e apreciando um bom uísque.
Desço as escadas sem fazer barulho, não quero deixar mamãe mais furiosa do que já deixei, só espero que amanhã seja um novo dia e ela tenha esquecido da vergonha que eu a fiz passar.
Chego na cozinha, o vento gelado denuncia a porta aberta, levando-me aos dois garotos idiotas que desperdiçam a saúde e anos a mais de vida fumando e bebendo noite adentro.- Achei vocês. - Me aproximo, um sorriso maroto nos lábios.
- Cunhada! - Holt levanta seu copo para mim, fazendo um brinde. Ele está bêbado. - Obrigado por salvar meu casamento... E, desculpe por meu irmão ser um idiota. O cretino é um idiota.
Ótimo! Reviro os olhos, não sou fã número um de pessoas alcoolizadas, minha paciência com elas é menos zero.
- Seu irmão é mesmo um idiota. - Concorda Tae, a voz tão arrastada quanto a do Cristopher. - O desgraçado... Ele é...
- É melhor vocês dois largarem esses copos e irem dormir. - Digo, já tirando o copo da mão do Taeyang, seus olhos puxados encaram-me com mágoa. - O Tommy já dormiu e a Kate o aguarda, então...
Holt assenti com a cabeça, um sorriso maroto em seus lábios, com dificuldade ele se levanta, encara o Tae e eu por longos segundos e deixa o jardim.
- Vamos para o quarto. - Digo, colocando o braço do Tae ao redor do meu pescoço e fazendo força para colocá-lo de pé. - Vamos lá. - Ele está tão pesado que não sei se consigo sozinha.
- Pensei que hoje seria nosso fim. - Tae sussurra, sua voz embriagada está carregada de dor.
Mordo o lábio com força, sei que nosso fim está próximo, ainda mais se o pai dele não concordar com o fim do noivado e o Taeyang ser tirado de mim de uma vez por todas. O garoto ao meu lado deve saber que não tem escapatória, caso contrário, não teria descontado sua frustração e tristeza no álcool. Estou com ele há meses, garanto que o conheço melhor que muita gente.
- Sabe o que deveríamos fazer?! - Ele para de andar e encara o céu. - Deitar aqui fora e olhar as estrelas. Você gosta disso! - Sorri com tristeza, uma lágrima escapa dos seus olhos - Assim, nós podemos aproveitar o tempo que nos resta.
O ar foge dos meus pulmões, há algo que Tae não está me contando, talvez o casamento já tenha sido marcado, talvez o Tae já estivesse em um relacionamento com ela quando me conheceu... Não. Ele não é como o Ethan.
- Você bebeu demais, Taeyang. - Tento manter a voz calma, mesmo querendo desabar em lágrimas. - A única coisa a se fazer é dormir.
Com muita dificuldade, ando pela casa tentando fazer o mínimo de barulho possível, o garoto ao meu lado está quase desmaiado, em outras circunstâncias eu estaria tomada pela raiva e o deixaria dormir no chão ou no sofá, mas esse não é o caso aqui. Subo as escadas, degrau por degrau, com o maior cuidado para que um de nós dois, senão os dois, não caia da escada e quebre um braço ou uma perna. Abro a porta do quarto e deito o Tae na minha cama, respirando aliada por tirar uns setenta quilos de cima de mim.
Fecho a porta do quarto e me aproximo dele, gentilmente para não machucá-lo e não acordá-lo, me ajoelho ao seu lado e começo a tirar seus sapatos, em seguida tiro sua calça e por fim de sua camisa. O cheiro de tabaco e álcool em seu hálito não me incomoda mais.
- Madson. - Ele geme baixinho.
Ajeito seu corpo na cama, coloco sua cabeça confortável em meu travesseiro, o cubro com um manto quentinho e sento ao seu lado.
- Durma, querido. - Beijo seus lábios com ternura.
O observo dormir, até que uma vibração forte vinda do chão chama minha atenção, deve ser o celular do Tae, não me lembro de tê-lo tirado do bolso. Me ajoelho ao lado da calça e reviro seu bolso, desbloqueio a tela e vejo as três chamadas perdidas: "pai".
Solto o celular, sinto um nó se formar em minha garganta, não entendo como posso temer uma pessoa que nem conheci ainda. Isso é ridículo.
A luz do celular liga, notificação de mensagem, novamente o pai tentando contato.
Olho o garoto deitado na cama, pergunto-me se ele se importaria de eu olhar seu celular, óbvio que sim, mas preciso saber contra o que estou lidando.Abro a mensagem.
Estou com sua mãe em Londres, sua noiva e os pais dela também estão aqui. Termine logo com essa garota e nos encontre em casa. Não vou mais tolerar suas gracinhas.
Bloqueio a tela e coloco o celular na mesa da cabeceira, solto um suspiro pesado e deixo o quarto.
Fecho a porta e encosto meu corpo trêmulo na parede, isso tudo só pode ser um pesadelo. Estou enjoada demais para ficar presa dentro dessa casa, preciso ligar para a Lili e contar o que acabei de ler. Ela melhor que ninguém pode me consolar agora.
Saio de casa angustiada, tento manter a postura e não cair em lágrimas, mas é extremamente difícil, e só piora no momento em que Lili me atende.- Os pais dele e a noiva estão em Londres.
VOCÊ ESTÁ LENDO
EU ODEIO ETHAN HOLT
RomanceDecidida a esquecer Ethan, a jovem Madson Cooper arruma suas malas e retorna à faculdade de Oxford, de onde desejou nunca ter saído. Com o coração e orgulho ferido, Madson se joga nas festas, faz novos amigos, planeja sua volta ao jornal da faculdad...