Grávida

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- Ah, meu Deus! - Diz mamãe, com mãos na boca e olhos arregalados ao ver que sou eu parada diante da porta de casa.

- Surpresa! - Meu sorriso se alarga mais, abro meus braços para abraça-la, mas minha mãe está tão curiosa em relação ao garoto ao meu lado que não percebe. - Não vai nos convidar para entrar? - Descanso os braços ao lado do corpo.

Ela concorda com um aceno de cabeça, arruma seu terninho cinza e abre mais a porta para que Taeyang e eu entremos, assim fazemos. Em silêncio, mamãe nos guia até o sofá, mas antes que eu me sente ao lado do Tae, mamãe me puxa para um abraço. Fecho os olhos com força, isso era exatamente o que eu estava precisando, abraço de mãe.

- Uau. - Ela suspira, olhando-me dos pés a cabeça, em seguida encara o Taeyang. - Olha só você, está tão linda e... Parece bem mais feliz do que quando estava aqui. Isso é muito bom querida.

Isso é verdade, antes de eu voltar para a faculdade não estava nada bem, mas, agora que conheci o Tae, consegui voltar para o jornal da faculdade e consegui colocar meu coração em ordem, minha vida melhorou. Estou feliz, bom, quase, pois ainda preciso resolver as coisas para minha irmã e entender que pressentimento ruim é esse que venho sentindo desde a noite que Ethan visitou-me em meu apartamento. Sinto que a algo muito, mas muito errado mesmo e não vou sussegar até descobrir o que é.

- Sou a Eleanor. - Começa. - E, você é? - Mamãe estende a mão para Tae, reparando discretamente cada tatuagem aparente em seu corpo. Ainda bem que o Cristopher parece um quadrinho humano, mamãe já está mais que acostumada com jovens tatuados, não tenho com que me preocupar.

- Choi - Tae aperta sua mão. - Choi Taeyang.

- Um belo nome. - Força um sorriso, me fazendo questionar se ela gostou mesmo do nome do meu namorado ou está apenas sendo cortês com ele. - Vocês estam... Juntos?

- Sim, mãe. - Respondo. - Taeyang e eu nos conhecemos na faculdade, Lili o apresentou a mim.

- É aluno de Oxford? - Diz, surpresa.

- Sim, senhora. - Responde, um tanto desconcertado. - Estou cursando direito.

Ela abre um sorriso de orelha a orelha, deixando seu preconceito totalmente de lado, fazendo eu soltar um suspiro de alívio. Mamãe não se dá muito bem com desconhecidos.

- Isso é maravilhoso. - Ela senta ao lado do Tae e cruza as pernas. - Não sei se minha filha comentou, mas sou advogada.

- Sim, conversamos sobre. - Sorri. - Ela me falou muito bem da senhora.

Reparo em como o Tae está mais confortável agora, isso deixa-me muito contente, assim posso deixa-los e encontrar a Kate sem culpa.

- Onde está a Kate? - Interrompo.

- No quarto dela, tentando fazer o Tommy dormir. - Mamãe suspira. - Probe criança, teve febre a noite toda. Eu disse a sua irmã que as crianças sentem quando as coisas não vão bem, disse que essa separação repentina iria mexer com o psicológico do menino, mas ela não escuta. Sua irmã não escuta, impressionante.

- É da Kate que estamos falando. - Forço um sorriso. - Eu vou dar um pulo lá em cima, ver como ela está.

- Faz isso querida. - O olhar da mamãe se torna triste. - Ela está arrasada.

- Eu sei. - Cruzo os braços. - Tem falado com o Holt?

- Sim, ele me ligou e explicou a situação. - Ela umedeci os lábios. - Disse que viria buscar a sua irmã, mas eu o convenci do contrário.

- Por quê? - Franzo o nariz.

- Eles precisavam desse tempo, Madson. Se a Kate tivesse conversado com ele no dia em que chegou aqui, certeza que o casamento chegaria ao fim.

EU ODEIO ETHAN HOLTOnde histórias criam vida. Descubra agora