EU ODEIO ETHAN HOLT

UMA PÉSSIMA IDÉIA

Temendo não agradar a todos com a culinária asiática, Tae abriu os horizontes e cozinhou alguns pratos americanos. Achei inteligente de sua parte.
Afim de criar uma noite agradável para todos, com a ajuda do meu pai, arrumei a mesa de jantar no nosso jardim, não poupei nos arranjos de flores. Ah, claro, tão pouco nas velas. Trás um ar romântico e relaxante.

- Estou feliz por ter arrumado um namorado descente, filha. - Diz papai, um sorriso orgulhoso se forma em seus lábios. - Taeyang não só é um bom cozinheiro, como também é um jovem educado e com visão de futuro.

- Ele é apaixonante mesmo. - Balanço a cabeça.

- Mais cedo - Diz, um pouco tímido. - Notei uma certa angústia. O que aconteceu entre você e o Cristopher? Brigaram?

Meu pai sempre foi observador.

- Não há nada nessa vida que eu consiga esconder do senhor, não é mesmo?! - Brinco. - O Cristopher estava com uma visita feminina, papai...

- Ah...

- Calma! Ele estava acompanhado da mãe de seu sobrinho. - Sorrio triste. - Ethan engravidou a garota com quem me traiu.

Ele respira fundo e balança a cabeça em reprovação, apenas dou de ombros e volto a arrumar os talheres na mesa.

- Você está bem? - Ele acaricia minhas costas.

- Sim, papai. - Sorrio. - Toda essa situação só me fez mais forte. Também estou aliviada, pois quando Ethan apareceu na faculdade, se declarou inúmeras vezes para mim, mostrou estar arrependido e fez-me questionar meus sentimentos, mas, confiei nos meus instintos e decidi continuar com o Taeyang.

- Foi uma escolha sábia. - Cruza os braços. - Não fique zangada comigo amor, mas quando soube que estava saindo com Ethan Holt, fiquei bem desapontado...

- Pai... - O censuro.

- Eu ficava pensando: " Céus, o que a de errado com essa menina?" E " Ela não percebe que é boa demais para ele?!"

- Já entendi.

- E sua mãe, nossa, ela cogitou te internar em um manicômio. - Ele ri, faço o mesmo.

- Já chega, papai. - Dou um tapa fraco em seu peito. - Vamos chamar os outros para comer.

- Certo! - Ele beija o topo da minha testa. - No fundo sabe o que estou tentando dizer, não sabe?!

- Sim, pai. - Sussurro. - Que me ama e quer o melhor para mim.

- Exato!

- Senti saudade disso. - O encaro. - De conversar com meu melhor amigo.

- Eu também.

Mesmo nova, papai e eu sempre tivemos essa relação de melhores amigos, conforme eu fui crescendo, nosso laço só aumentou, fiz dele meu maior confidente, acredito que isso dificultou muito minha relação com minha mãe. Nunca consegui me abrir e confiar nela do jeito que fazia com meu pai.
Sempre contei tudo ao meu pai, tudo mesmo, primeiro amor platônico, primeiro beijo e pasmem, contei a ele sobre minha primeira vez e pedi conselhos médicos. Ele ficou um tanto desconcertado com minha declaração, mas tentou me instruir da melhor forma possível.
Não tem um dia que não agradeça ao universo por ele ser meu pai.

- É melhor vocês dois colocarem mais três lugares à mesa. - Diz mamãe, entrando no jardim. - Nos viramos para encará-la. - Os Holt estão aqui.

- Espera - Franzo as sobrancelhas. - O pai, a mãe e o Cristopher, certo?!

- Sim, querida. - Cruza os braços. - O sem dignidade do Ethan também. Espero que não tenha problema.

- Problema nenhum, se você o expulsa-lo.