“Somente o mal está condenado à destruição e apenas
o erro necessita laboriosos processos de retificação”Chico Xavier
Capítulo 2...
É preciso saber quando recuar… A fera quando marca sua presa, sempre sabe onde, como e quando agir. A pressa demonstrava a inexperiência, a falta de planejamento.
Segregar, separar: abster-se, essas eram as palavras que rodavam a mente de Lucian, ao observar a chuva escorrer em sua janela, precisava se afastar, recolher-se, como uma víbora que aguarda o melhor momento para culminar no bote fatal, assim ele o faria.
Lá fora, a movimentação de pessoas e o tráfego dos automóveis era quase inexistente, a cidade ainda dormia. Enquanto ele reestruturava seu plano de ação, seus próximos passos.
Ele tinha consciência que Zeyder o aguardava estóico, sem esboçar qualquer reação.
— Me diga Z, a quanto tempo está comigo?
O soldado piscou diante da abordagem inesperada. — Ora senhor, centenas de anos... tempo suficiente para saber quando devo permanecer em silêncio.
Lucian riu — E eu admiro essa qualidade. - virou-se de frente para ele, dando as costas para a grande vidraça — Em todo esse tempo em que esteve ao meu lado, quando me viu agir por impulso ou com estupidez?
Trocando o peso dos pés ele considerou a pergunta do seu líder.
— Vamos homem, eu perguntei, quero uma resposta sincera.
— Uma única vez.
— Muito bem. - disse enquanto passava por ele, indo até o aparador serviu uma dose de whisky para ambos — Venha Z, beba comigo. Isso me custou o que?
Ele deu um gole na bebida, ainda tentando entender para onde as indagações do seu senhor o levaria. — Quase a morte.
— Exatamente! - concordou, batendo a mão em uma das coxas ao sentar — Veja bem, eu gosto da vida que levamos, tenho sangue à minha disposição, mulheres e dinheiro. Por que eu, Lucian, filho de Xavir, o príncipe que deveria governar nossa raça, iria se pôr em risco, sendo que quando as peças são movimentadas da maneira correta o xeque mate é garantido…
Zeyder não respondeu, pois não sabia se ele estava fazendo uma pergunta retórica ou só constando um fato.
— Consegue enxergar onde quero chegar?
— Desculpe, não, sim, talvez… - enrolando-se na resposta ele tratou de reparar o erro — Senhor, perdão. - fez uma pequena reverência — Acredito que esteja se referindo ao fato de que August começa a desconfiar da nossa presença, já que ficou durante horas no hotel, e que uma jogada impensada colocaria os seus planos a perder.
— É por esse e outros motivos que eu o mantenho comigo, você meu caro - apontou um dedo para o vampiro a sua frente — É um achado. Ordene aqueles que enviou para lá que voltem, o sol logo estará no alto e aqueles imbecis ficarão presos até que ele se vá. Se August escoltou pessoalmente a companheira e ainda permanece lá é porque aquele rato deve ter detectado a presença de um dos nossos, ele não é burro, é astuto e tem anos e anos a seu favor. Então recuaremos, deixe que pense que está no controle da situação — "Quando menos esperar, eu estarei lá para acabar com o conto de fadas que eles têm vivido." - pensou girando o líquido âmbar. — Mantenha o infiltrado humano de olho nos passos da arqueóloga, quero ficar por dentro de tudo que se passa, devo ser informado até se ela respirar errado. Veja se descobre informações sobre o local onde estão acontecendo as escavações, tenho um plano em mente, no entanto preciso saber alguns detalhes… Não aceitarei nenhum deslize, claro?
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Névoa do Tempo
VampireEle um vampiro. Ela uma arqueóloga. Uma maldição os separou há mais de duzentos anos, e desde então ele a busca. A cada geração uma nova Leah nascia e com ela a oportunidade de Stefan ter um final feliz. Mundos opostos, porém um destino entrelaçad...