Sempre foi uma questão de poder

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“Sim, o passado pode machucar.
Mas, do modo que eu vejo, você pode fugir dele ou aprender com ele.”

O Rei Leão, o filme.

Capítulo 17

“Domínio e controle, palavras que estavam enraizadas em seu ser, a única a se sobressaia era vingança. Vingança pelo que perdeu, pelo que podia ter vivido…” - com a força das lembranças suas mãos fecharam-se em punhos, - “Meus pais bem que tentaram me moldar, me converter ao amor e a paz que tanto pregavam e morreram antes de tal conquista, fruto de um trágico acidente” - um sorriso cínico se formou no canto de sua boca. - “Meu pai… Eras lutando, em busca de riqueza e poder, para quê? Para se deixar seduzir por um par de seios e uma boceta. Frouxo” - cuspiu.

Lucian, era um vampiro cruel e amargurado, os pais nunca deixaram lhe faltar nada, embora tivesse tido uma infância feliz, ao crescer e tomar conhecimento das batalhas e do que o pai abriu mão em prol não só do amor, mas da segurança da família, tornou-se um ser frio e sem coração.

Seu pai, o inominável Xavir, assinou um acordo de paz, ofertado por August em nome do rei Éros, o documento foi celebrado por alguns que viram nele uma chance de renovo, porém outros tomaram como fraqueza, despertando a ira, o que consequentemente  dividiu o reino. 

Celina, companheira dele daria a luz a uma criança, um menino, o primeiro sangue puro da linhagem, algo nunca antes visto. O medo do desconhecido causou  uma ruptura entre o rei Éros e Xavir, pois os conselheiros de vossa majestade fizeram-no acreditar que o recém nascido traria consigo grandes poderes e poderia usurpar o trono.
Assim, dos cinco conselheiros, quatro votaram a favor da sentença de morte, sem se importarem que no processo tirariam a vida de um ser, até ali, inocente.

August foi o único a repelir tamanha crueldade, debateu dias sem fim afim da defesa da vida do bebê, e o rei concedeu-lhe o pedido, em consideração ao seu estimado general e conselheiro, desde que, para que o acordo tivesse validade Xavir e sua família deveriam abandonar as terras do reino e nunca mais regressar.

 As informações foram levadas até o conhecimento dele, que aceitou de pronto, ele era um homem transformado,  sua família valia muito mais que qualquer reinado. Todavia, antes que partissem um plano inescrupuloso estava sendo organizado, pelas costas do rei, assassinariam mãe e filho, mitigando o risco de uma nova concepção. August tomou conhecimento de tudo poucas horas antes do fato ser concretizado, não teria tempo de comunicar sua majestade , então fez o que nunca imaginou fazer, agiu sem a autorização do seu rei. Reuniu alguns dos seus homens de confiança e saiu  ao encontro da comitiva, que havia partido assim que  o pôr do sol tocou as grandes colinas, para alertá-los do perigo iminente.

Ao receber as informações, um Xavir  irado ordenou que seus homens fossem ao encontro daqueles que tramaram contra os seus, e o restante juntamente com August ajudaram-no a chegar em segurança no primeiro acampamento que montaram para se protegerem não só da esfera reluzente, mas também daqueles que pudessem passar por suas defesas.

“August... o nome que cansou de ouvir a vida toda da boca de seu pai, e o quanto ele lhe era grato por ter deixado a rivalidade de lado ao ajuda-lo” – Lucian, deu um soco na mesa, fazendo com que papéis que ali estavam pulassem.

August, se não fosse a sua interferência, as coisas teriam sido muito diferentes... Minha mãe e suas ladainhas, vivia dizendo  que se os agressores os tivessem alcançado depois que tivesse dado a luz, ela se entregaria, e mandaria que o levassem para longe. Sacrificando-se por amor” – ele revirou os olhos diante da lembrança que seus pensamentos trouxeram. – “Imbecil, amor, amor, olha onde o amor os levou” – gritou Lucian para o vazio de seu escritório. 

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