“A vida não é digna de se viver. Ela é para ser tomada e surrada.
É combatida, e formada na sua imagem.”Xena, a Princesa Guerreira
Capítulo 40
“Às vezes só devemos fazer o que está ao nosso alcance, isso não quer dizer que estejamos nos rendendo, ao contrário, devemos nos comportar como a onda do mar que sabe o momento certo de se agigantar. É preciso recuar para ganhar forças.” - era o que ela dizia a si mesmo enquanto era levada.
Orientada a se manter em silêncio, foi acordada por rostos desconhecidos. Mãos ríspidas a forçaram a abrir a boca para engolir algo, ela lutou quando seu cérebro registrou o que estava acontecendo. - “Vão me drogar!” - Ao longe escutou uma voz imperativa, era o médico impedindo a ação, dizendo que não sabia das consequências que o medicamento poderia acarretar ao feto, principalmente devido a gravidez ser recente. Seu caso ainda inspirava cuidados.
Leah respirou aliviada, preferia estar sob o domínio de seus movimentos que mesmo sendo restringidos ainda eram conscientes. De olhos vendados, arrastaram-na para fora, tentou apurar os ouvidos, mas não havia um único som, a não ser de sua própria respiração.
Ladeada saiu do elevador, o barulho de pneus a alertou de que estavam em uma garagem subterrânea. Sem conseguir se controlar perguntou - Onde estão me levando? Cadê o Zeyder?
Uma voz próxima ao seu ouvido imitou a sua, debochando - Cale-se, se preserva sua vida e a do ser que carrega, é melhor ficar quieta.
Sentiu uma ponta afiada tocar seu ventre, automaticamente abraçou protetoramente a região, o receio de que algo pudesse acontecer a ele sobressaiu o estado de letargia que estava desde a descoberta, onde prometeu a si mesma que faria de tudo para protegê-lo, inclusive obedecer.
O automóvel em que entraram circulou por pouco tempo, ela estranhou não ouvir nem os sons comuns da cidade. Atenta à frenagem dos pneus, se deu conta de que mais uma vez estavam em uma garagem subterrânea.
Tiraram sua venda, arrancando alguns fios de seu cabelo no processo. Piscou algumas vezes seus olhos se acostumando ao interior do carro, desanimou ao percorrer o espaço e constatar que os vidros eram todos escurecidos, de dentro não conseguia ver muita coisa.
Um vestido lhe foi estendido. - Vista isso. - indicou uma mulher sentada ao seu lado
- Aqui?
- Quer ajuda docinho? - reconheceu a voz do homem que a ameaçou no elevador.
- Não! - rapidamente puxou pela cabeça a camisa que Zeyder lhe dera. O vestido em seguida, longo, ficou enrolado nas coxas.
- Pronto, agora os pés.
Como sabiam seu número, Leah não fazia ideia, mas as sapatilhas couberam perfeitamente.
- Boa garota! Preste atenção no que vou dizer, sairemos daqui e pode ser que tenhamos companhia humana, então para o seu próprio bem não tente nada estúpido. - a mulher dizia.
- O chefe disse para a mantermos viva, não disse que não poderíamos nos divertir contigo. - o punhal brilhou enquanto o homem deslizava na barba cheia.
- Não precisam me intimidar, já entendi.
- Que bom.
A mulher foi a primeira a saltar, enlaçou o braço ao de Leah, passando a impressão de serem grandes amigas, a suas costas o homem mantinha uma distância discreta, mas ela sabia que com a velocidade que os vampiros possuíam, em um piscar de olhos a alcançaria.
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Névoa do Tempo
VampireEle um vampiro. Ela uma arqueóloga. Uma maldição os separou há mais de duzentos anos, e desde então ele a busca. A cada geração uma nova Leah nascia e com ela a oportunidade de Stefan ter um final feliz. Mundos opostos, porém um destino entrelaçad...